A entrada da safra de grãos estão derrubando os preços dos alimentos. Alguns produtos já recuaram a valores iguais ou muito próximos aos do início do Plano Real. É o caso do frango inteiro, que no atacado está custando R$ 0,80 o quilo e, nos supermercados, está sendo vendido por até R$ 0,98. Carne bovina e arroz também estão sendo negociados, no atacado, com preços similares aos de 12 anos atrás.
As quedas são generalizadas pelos diferentes tipos de alimentos. Pesquisa feita pela gestora de recursos Plenus mostra que, no grupo animais e derivados, o recuo de preços no atacado já chega a 13,71% este mês. Nos cereais e grãos, a queda é de 7,30%. Os analistas esperam que, já no próximo mês, o consumidor vá sentir no bolso os efeitos dessa nova leva, agora mais intensa, de recuo nos preços de alimentos.
— Poucas vezes os alimentos caíram com tanta força, em diferentes grupos e ao mesmo tempo. Isso certamente chegará ao varejo — disse Marco Antonio Franklin, da Plenus.
Os preços de carne bovina e suína, ovos e leite recuaram. Oferta de frango a R$ 0,98 amanhã
O preço do arroz também caiu. O pacote de cinco quilos, da marca Tio João, chegou a R$ 12 em setembro e agora estava por R$ 7,55, contou. .
Segundo Bezerra, o dólar barato possibilitou, ainda, a compra de grandes quantidades de bacalhau e de azeite, que entrarão em promoção nos dias 30 e 31: o bacalhau Porto cai de R$ 30 para R$ 27,80 o quilo e o azeite extra virgem Andorinha, de R$ 15 para 10,80 a garrafa de 500 ml.
No atacado, também ajudou no recuo dos preços a ocorrência os bovinos já registram queda de 12,50% no mês o milho caiu 6,5% no atacado paulista este mês, segundo levantamento da Plenus.
— Mês passado, cheguei o leite da marca Elegê estava sendo vendido por R$ 1,17, mas agora esta marca está por R$ 1,45.
E a tendência é que o preço do leite caia ainda mais para o consumidor. No atacado paulista, segundo levantamento da Plenus, a queda já chega a 9,80% no mês de março.
O presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Rio, José de Souza e Silva, lembrou que os alimentos vêm contribuindo para a queda da inflação. O caso mais conhecido é o do frango, que virou símbolo da estabilidade da então nova moeda, ao preço de R$ 1 o quilo.
Outros preços no atacado estão equivalentes aos de 12 anos atrás: carne bovina de segunda (R$ 2,20) e de primeira (R$ 3,60). O arroz, dependendo da marca, a R$ 45 o fardo de 30 quilos, é outro que está nos níveis do início do Plano Real.
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Furtado Braz, confirma a tendência de queda nos alimentos industrializados e em grãos como soja e café. As altas das hortaliças e legumes, ocorridas sazonalmente em janeiro e fevereiro, perderam força em março. Sua previsão é que a deflação (queda de preços) de 0,03% do IPC-S no mês encerrado em 22 de março seja ainda maior daqui para a frente.
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