Qual crachá consegue fazer um avião voltar da cabeceira da pista? O do general Francisco Albuquerque, comandante do exército, consegue. Mas a atitude foi criticada por muita gente.
No aeroporto de Brasília muitos passageiros ficaram irritados com a atitude do comandante do exército. “O que ele fez foi o que chama de carteirada”, “uma infelicidade da parte dele, não acredito que isso misture algo com exército”, “isso é uma prova de que ainda existe um entulho autoritário” eram algumas das opiniões por lá.
O boletim de ocorrência da Infraero informa que, no dia primeiro de março, o comandante do exército, general Fransico Albquerque, deu ordens ao fiscal do Departamento de Aviação Civil para impedir a decolagem de um avião da TAM no aeroporto de Campinas.
O general alegou que tinha um compromisso importante em Brasília. Ele e a mulher, que chegaram 20 minutos antes do horário de saída do avião, foram impedidos de embarcar porque o vôo estava lotado. Catorze passageiros ficaram sem lugar no avião.
Segundo nota oficial da TAM, o avião deu meia volta por ordem da torre de controle. A empresa convenceu então dois passageiros a dar lugar ao comandante e à mulher dele, em troca de hospedagem e dinheiro. O caso foi revelado na coluna do jornalista Elio Gaspari.
Ontem José Alencar, o ministro da Defesa, negou que o comandante do exército tenha cometido abuso de autoridade. “Quando o general chegou e se apresentou com o check in, eles então mandaram que o avião retornasse. Não houve exigência do general, o general é um democrata e um grande comandante do exército brasileiro”.
O exército informou apenas que o general não chegou atrasado ao aeroporto e que a bagagem dele e da mulher foi embarcada com quase uma hora de antecedência.
O caso vai ser analisado pela comissão de ética pública no próximo dia 20. O comandante Francisco Albuquerque tem cinco dias úteis para dar explicações. As punições previstas vão da advertência à demissão do cargo.
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