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domingo, 26 de fevereiro de 2006
BONO E A FOLHA SP: INVEJA MATA!
Comentou minha amiga Ana Peluso: "É incrível perceber o quanto a mídia está atrelada aos interesses politico-econômicos de uma época. No caso dessa nossa, em que o grito deveria ser o mesmo de Bono, pela PAZ e pela não rendição ao sistema, ainda vemos quem determina o que é certo, quando não é.
Sem contar que, no show, uma das músicas teve sua tradução "livremente" a(du)lterada pela Globo. A desculpa, caso alguém pergunte? Erro de edição, claro. Mas o pior: o povão que assistiu em casa pode não entender nada de inglês, e ficamos no "por isso mesmo". E assim: lá nave (no) vá."
FOLHA ILUSTRADA ATACA BONO
"Bono personifica a chatice da correção política"
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES EDITOR DA ILUSTRADA
Bono parece ser um sujeito legal. Está sempre do lado -como diria Rita Lee- dos frascos e comprimidos. Bono é a encarnação roqueira do politicamente correto. É uma espécie de Sting, o que faz dele, ao menos em parte, um chato. E também um equivocado: mal desembarcou no Brasil e já saiu correndo para emprestar seu prestígio a Lula. Nenhum questionamento, tudo beleza: a corrupção do PT e o faz-de-conta do presidente devem ser uma invenção da direita que não compra discos do U2. Bono faz parte daqueles formadores de opinião do Primeiro Mundo Maravilha que acreditam em duendes progressistas do Terceiro Mundo.
Estão sempre achando que vai brotar algo novo por aqui.O "núcleo duro" de sua legião de fãs é a geração posterior à minha, hoje na faixa dos 35/40 e poucos. Um dos traços característicos dessa moçada é a correção política, aquela compulsão de chamar negros de "afrodescendentes", falar em "opção sexual", viver em permanente estado de solidariedade às minorias étnicas, colocar a culpa do terrorismo islâmico no Ocidente e recomendar filmes feitos nos cafundós do mundo sobre situações arcaicas e "humanas".
Bem, não deixa de ser um alívio ouvir de um artista dessa geração (Nuno Ramos, em entrevista publicada no sábado) que há muita arte de "cabeça baixa", tratando de questões imediatas: "Vivemos numa época extremamente controladora, e o pior é que aquilo que nos controla tem ótimos valores". Realmente, assistimos a um "boom" do que chamo de "arte ongueira", aquela produção ligada a ONGs, que se refugia no bom-mocismo para fazer sucesso. Claro que Bono é "do bem". Irlandeses são gente fina. A África é pobre. O futebol brasileiro é mágico. E já que Bono quer dar uma força para o Terceiro Mundo, pode fazer um show na França contra os subsídios agrícolas. Aí diríamos: ao U2, as batatas!
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