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sábado, 26 de maio de 2018

Testemunha chora com medo de depor sobre Paulo Preto, o recebedor de propina do PSDB



Uma testemunha da ação penal na qual o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza responde por desvios de R$ 7,7 milhões ligou chorando para o Ministério Público Federal, com medo de depor. Por decisão da 5ª Vara Criminal de São Paulo, ela será ouvida em sala separada dos réus.

O ex-diretor de Engenharia da Dersa foi preso preventivamente no dia 5 de abril por suspeita de coagir uma mulher também acusada na ação. No dia 11, sexta-feira, ele foi solto por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que viu falta de "comprovação" das ameaças a testemunhas.

Em audiência na última sexta-feira, (18), o Ministério Público Federal afirmou que uma testemunha cujo nome está sob segredo "fez contato telefônico no dia 17/05/2018 com o Ministério Público Estadual, o qual passou-lhe o contato deste MPF, e que após a testemunha entrar em contato, falou com o funcionário Emerson, o qual nos relatou que a testemunha estava chorando, com medo de vir à audiência pois temia que algo lhe acontecesse e temia encontrar os réus".

"Orientei ao funcionário Emerson que ligasse para esta 5ª Vara Federal Criminal para que a Justiça tomasse as providências necessárias a fim de garantir seu testemunho sem constrangimento", afirmou o procurador.

Durante a audiência, uma das testemunhas, cujo nome também está em segredo, também foi ouvida sem a presença dos réus "em razão de manifesto temor", segundo consta na ata.

A juíza Maria Isabel do Prado , da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo determinou que a testemunha que ligou chorando, com medo de depor, também fale à Justiça em sala apartada dos acusados.

"Como registrado, tendo em vista o fundado temor externado pela testemunha, somado ao seu pedido expresso em não travar contato visual com os réus, a teor do art. 217 do CPP, autorizo sua oitiva sem a presença dos acusados na sala de audiências, o que foi anuído por todas as partes presente", anotou.

"Ressalte-se, outrossim, que permanecerão preservados os princípios inerentes ao devido processo legal, ampla defesa e contraditório. De se observar que os acusados permaneceram em sala contígua a este recinto, de molde a poderem ouvir o que foi dito pela testemunha e, ainda, devidamente representados pelas respectivas defesas", decidiu.

PSDB

Além da ação penal por supostos desvios de R$ 7,7 milhões em reassentamentos para obras do Rodoanel Trecho Sul, Paulo Vieira de Souza é investigado por supostamente operar propinas para o PSDB.

Ex-executivos das empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez relataram à Polícia Federal terem feito repasses de 0,75% ao ex-diretor da Dersa no âmbito da construção do Rodoanel. Em cooperação com autoridades Suíças, a Lava Jato descobriu conta atribuída a Souza com R$ 113 milhões não declarados.

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