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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Alckmin e Temer: por que mandam bombardear 100 mil pessoas pacíficas?

Folha tenta tocar terror para assustar povo, mas as bombas de gás lacrimogênio explodem no colo de Temer

Houvesse um jornalismo honesto, essa seria a manchete dos jornais de hoje para contar a verdade do que ocorreu no protesto "Fora Temer, Diretas Já" em São Paulo.

Foi uma grande manifestação com cerca de 100 mil pessoas, totalmente pacífica, do início ao fim. Já terminada, já esvaziada, quando o povo ia para casa, do nada um grupo da PM começou a atacar quem ainda estava na fila do metrô aguardando ordeiramente para entrar na estação e ir para casa.

Convenhamos, Alckmin em sintonia com as diretrizes de Temer, inovou. Ambos criaram o esquadrão Black Bloc informal da PM. O destacamento que vai às manifestações para garantir cenas de confronto para as TVs e jornais.

Vamos imaginar uma estorinha a partir de alguns fatos reais irrefutáveis.

Um presidente golpista e impopular quer esvaziar manifestações populares contra ele. Diz que "são 40 pessoas que vão quebrar carros". As TVs e jornalões, aliados do golpe, tratam de propagandear essa versão, não de 40 pessoas para não pegar mal, afinal a imprensa estrangeira hoje é acessível aos brasileiros pela internet, mas batendo na tecla do vandalismo para espantar a grande maioria dos manifestantes pacíficos.

No dia seguinte à declaração do presidente do golpe, 100 mil pessoas vão às ruas pacificamente. Os movimentos sociais organizados dissuadem os pouquíssimos jovens radicais mascarados a tirarem máscaras e não quebrarem nada, pois seria fazer o jogo dos repressores.

A manifestação, além de protestar, desperta consciências do povo que perde direitos com o golpe para reinvindicá-los de volta: mais saúde, mais educação, mais moradia, mais emprego, melhores salários e aposentadorias, mais justiça social, mais participação popular e menos corrupção, menos arrocho, menos opressão e menos repressão.

A manifestação é um sucesso, pacífica do começo ao fim. Agora entra a ficção mas é aquela ficção que parece tão real quanto a realidade. Um telefonema é trocado entre um figurão do governo e um editor de TV. "Vândalos! Cadê os vândalos?", diz um. "Sem cenas de vandalismo, amanhã as manifestações vão ser maior. A adesão popular crescerá". O editor diz: "a gente até já preparou todo o texto falando em vandalismo, cadê os vândalos?". "Vou dar um jeito nisso", diz o figurão. Telefonemas prá cá e para lá entre telefones da secretária de segurança, de Brasília e até da China. Sabe-se lá qual a cadeia exata de comando, mas uma ordem de cima chega ao pelotão de choque: "dispersem". Um comandante do esquadrão ainda pergunta sem entender: dispersar a tropa? Podemos ir para casa? A manifestação acabou pacífica, os que ainda estão na rua estão na fila do metrô e nos pontos de ônibus esperando sua vez para ir para casa. Um ou outro grupinho de jovens estão parados apenas conversando sem nenhuma desordem... A resposta é: "Não! Dispersem com bomba de gás lacrimogênio quem ver pela frente. Algum 'vândalo' disse que iria pular a catraca do metrô".

Agora sem nenhuma ficção, até os jornalões ficaram com vergonha de publicar a versão chapa branca dos golpistas e se limitaram a reduzir danos para Temer. A "Folha de São Paulo" tentou confundir e tocar terror: "Ato pacífico contra Temer termina com bombas em São Paulo", sem conseguir acusar os manifestantes e dando um tiro no pé ao desestabilizar Temer até internacionalmente. O "Estadão" trocou o "vandalismo" por "houve tumulto e correria" sem explicar que provocada pela PM. Só "O Globo" foi o mais disciplinado chapa-branca, repetindo a versão oficial governista de Alckmin e Temer de que "o fim do protesto voltou a ter vandalismo de pequenos grupos", sem explicar que o tal pequeno grupo era uma tropa, cujo comando final é do governador em sintonia com as diretrizes de Temer.

Moral da história:

1) A resistência pacífica com o maior número de pessoas possível é o ponto fraco dos golpistas e é a mais poderosa arma de exercício de poder do povo contra o golpe opressor.

2) Provocar soldados da PM é perda de foco, ao lutar contra efeitos sem combater as causas. O protesto é contra quem comanda eles. É mais produtivo não aceitar provocações e conseguirmos passar as mensagens de luta contra o governo golpista porque queremos que governos comprometidos com a educação, saúde, geração de empregos, moradias, previdência social, segurança e com a vontade popular sendo respeitada nas ações de governo. Todas as famílias brasileiras de trabalhadores, inclusive de policiais, sofrem as consequências quando esses direitos são golpeados por um governo golpista.

3) Não podemos recuar e precisamos ser mais um em cada manifestação. Quanto mais gente pacífica, mais segura é a manifestação, pois os políticos figurões que mandam as polícias bater no povo, recuam quando vê que tem muita gente.

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