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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

MP da Suíça envia ao Brasil extratos provando que Eduardo Cunha usou offshore na Suíça


Extratos mostram contas de offshore em nome de Cunha na Suíça

Extratos bancários anexados a investigação do Ministério Público da Suíça, que foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República, revelam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou empresas offshore para movimentar contas bancárias no país europeu. Os documentos remetidos ao Brasil confirmam a veracidade da delação premiada do lobista João Augusto Rezende Henriques, um dos operadores do PMDB no esquema de desvios de recursos da Petrobras.

Em setembro, o lobista depôs à Polícia Federal que fez pagamentos de propina em uma conta na Suíça e que, entre os beneficiários, estava o presidente da Câmara. A PGR, atualmente, avalia os extratos bancários. Por enquanto, fontes ligadas à investigação disseram ao jornal que tais contas são de empresas offshore naquele país ligadas a Cunha. Esse tipo de empresa é aberta em paraísos fiscais para mascarar os verdadeiros beneficiários das operações financeiras realizadas. Sabe-se que Cunha possui cerca de US$ 5 milhões em contas controladas por ele, pela sua mulher e sua filha.

Com a chegada da denúncia do Ministério Público da Suíça, o Ministério Público Federal poderá abrir um novo inquérito contra Cunha ou já denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal para abertura de ação penal. No caso, o peemedebista é suspeito de cometer crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo reportagem, as investigações começaram em abril, mas os ministérios públicos dos dois países consideraram que Cunha teria mais chances de ser punido se os autos prosseguissem no Brasil.

 Reportagem de O Globo

Extratos bancários ligam empresas offshore na Suíça a Cunha

 Extratos bancários da Suíça atestam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou empresas offshore para movimentar contas bancárias na Suíça, segundo fontes com acesso às investigações. Os documentos remetidos ao Brasil confirmam o depoimento do lobista João Augusto Rezende Henriques, um dos operadores do PMDB na Petrobras, sobre a existência de contas bancárias controladas por Cunha.

O Ministério Público da Suíça decidiu encaminhar à Procuradoria Geral da República (PGR) um procedimento aberto naquele país para investigar o presidente da Câmara por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações começaram em abril e tanto o MP da Suíça quanto a PGR entenderam que as chances de punição do deputado são maiores no Brasil. Ele não pode ser extraditado, por exemplo, como constou em comunicado oficial da PGR sobre a existência das contas bancárias e da investigação.

A PGR faz uma avaliação dos extratos bancários encaminhados pela Suíça. Até agora, já se sabe da veracidade do depoimento do lobista do PMDB e que as contas são de empresas offshore vinculadas à Cunha.

Também seriam controladoras de contas na Suíça, onde estão depositados e bloqueados cerca de US$ 5 milhões, a mulher e uma filha do presidente da Câmara. Empresas offshore abertas em paraísos fiscais costumam ser usadas para esconder os verdadeiros beneficiários dos negócios.

Preso desde 21 de setembro, na 19ª fase da Operação Lava-Jato, Henriques afirmou em depoimento à Polícia Federal ter feito pagamentos de propina em uma conta na Suíça. Entre os beneficiários dos pagamentos estava o presidente da Câmara, segundo o lobista.

O dinheiro se referia a compra e venda de um campo de exploração de petróleo no Benin, um negócio com valor inicial de US$ 15 milhões, conforme Henriques. A conta destinatária da propina foi indicada por Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz, já morto, ainda segundo o depoimento.

“Que, por fim, o interrogando gostaria de adicionar que em relação a aquisição pela Petrobras do campo de exploração em Benin, a pessoa que lhe indicou a conta para pagamento foi Felipe Diniz; Que Felipe Diniz era filho de Fernando Diniz; Que Felipe apresentava dificuldades econômicas; Que a conta indicada para o pagamento pertencia a Eduardo Cunha”, reproduziu a PF sobre o depoimento de Henriques.

A partir da chegada do procedimento de investigação remetido pelo Ministério Público da Suíça, a PGR deve abrir um novo inquérito para investigar Cunha. Se a apuração já estiver em fase avançada, uma vez que é feita desde abril pelos procuradores suíços, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode oferecer denúncia diretamente ao STF.

Leia também: Investigação sobre contas suíças de Cunha estava na gaveta desde 2006

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