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sábado, 19 de julho de 2014

Renúncias e impunidade


O   processo que investiga desvio de  dinheiro públicos para a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas, em 1998, o mensalão tucano,  sequer tem previsão de julgamento.  Mas, se alguém acha que  ainda  vai ver algum tucano atrás das grades,essa possibilidade vai ficando cada dia mais distante

Mais um réu do mensalão tucano, o senador Clésio Andrade (PMDB-MG) renunciou nesta terça-feira (15) ao seu mandato no Senado Federal. Alegando problemas de saúde, a  carta lida no plenário do Senado pelo vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT-AC),  foi vista por muitos como deboche ao afirmar que, “não optou por licenciar-se do cargo porque considera prejuízo ao erário público  receber seu salário sem  trabalhar”: “É  apenas para ser coerente com a austeridade  em  relação às verbas de representação e gastos com o gabinete”

Essa não é  a primeira vez que um parlamentar escapa do Supremo usando a tática da renúncia para ficar impune. Andrade segue o  exemplo ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que renunciou ao seu cargo em fevereiro. O tucano também é  acusado por envolvimento no mesmo  esquema.

Também impune está Claudio Mourão.O atraso no processo, lentidão da justiça e falta de vontade política,   beneficiou  Mourão, ex-tesoureiro da campanha do tucano Eduardo Azeredo,classificado pelo Ministério Público como figura central na operação do valerioduto no estado de Minas Gerais. Segundo o MP, Cláudio Mourão foi figura fundamental no desvio de R$ 3,5 milhões de  empresas estatais dirigira por políticos do PSDB em Minas Os crimes de peculato e formação de quadrilha, atribuídos pelo MP a Mourão, prescreveram em abril de 2014, quando o réu completou 70 anos.

Outro réu, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que coordenou a campanha de  Eduardo Azeredo já teve os crimes prescritos. EX PFL e ex DEM,  atual   presidente do PSB-MG, foi o primeiro a se beneficiar da lentidão da Justiça ao  completar 70 anos .Os dois fazem parte da lista de 20 réus do processo que respondem na Justiça estadual de primeira instância, onde tramita o processo contra os réus sem direito a foro privilegiado.

Clésio Andrade  segue   exemplo do senador tucano Eduardo Azeredo

No STF, Azeredo e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG) são réus por peculato e formação de quadrilha. O processo contra Clésio Andrade ainda estava  em fase de oitiva de testemunhas. mas a renúncia abriu caminho para que o processo contra, o agora,  ex congressista, seja encaminhado à 1ª instância da Justiça Federal, que é mais demorada e oferece mais oportunidades de recorrer de qualquer decisão.

Clésio Andrade era o único réu do mensalão tucano que ainda tinha o processo tramitando no STF. Em fevereiro, o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) também renunciou ao mandato .

O envio à Justiça comum pode levar à prescrição das acusações contra os ex-congressistas se houver demora no julgamento, uma vez que os  fatos criminosos ocorreram em 1998. Andrade é acusado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.Junto com Azeredo é acusado de liderar esquema de desvio de dinheiro público em estatais mineiras para sua campanha à reeleição ao governo do Estado, em 1998.

Empresário do ramo de transporte, Clésio Andrade, à época filiado ao PFL (atual DEM), foi vice-governador mineiro de 2003 a 2006, durante mandato de Aécio Neves, atual candidato tucano à Presidência da República.Ainda na década de 1990, tornou-se sócio, em agências de publicidade, de Marcos Valério

Em 98, ele foi candidato a vice-governador na Chapa de Eduardo Azeredo.

De acordo com o Ministério Público, no mensalão do PSDB foram desviados pelo menos R$ 5 milhões das estatais, sendo R$ 3,5 milhão da Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa), R$ 1,5 milhão da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e  o restante  do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge).

Ao que tudo indica, pelo menos até aqui, os políticos do PSDB envolvidos em casos de corrupção, vão contar sempre com uma ajudinha da lentidão da justiça para continuar impunes.

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