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sexta-feira, 16 de março de 2012

Dilma reúne-se com Centrais Sindicais

Em mais de duas horas de reunião com a presidenta Dilma Rousseff, os presidentes das seis centrais sindicais reconhecidas cobraram do governo um diálogo mais permanente e efetivo, repetindo críticas já feitas no ano passado.

Grande parte do encontro na tarde de hoje (14) no Palácio do Planalto foi ocupada pelo debate sobre medidas de proteção e estímulo à indústria. Mas os sindicalistas também insistiram na reivindicação de isenção do Imposto de Renda para o pagamento dos prêmios de participação nos lucros ou resultados (PLR). Eles garantiram que em nenhum momento foi discutido o nome do novo ministro do Trabalho, cargo ocupado por um interino desde o final de 2011, quando Carlos Lupi, presidente do PDT, foi demitido. Antes do encontro com Dilma, os dirigentes se reuniram com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.



"De nossa parte, a primeira questão que levantamos foi a necessidade de o governo dialogar mais com os trabalhadores", afirmou o secretário-geral da CUT, Quintino Severo. "Cobramos muito a importância de uma relação mais permanente", acrescentou. "Foi uma reaproximação", definiu o presidente da UGT, Ricardo Patah. O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, acrescentou que um encontro entre centrais e governo não ocorria havia um ano. "Mesmo que o governo tenha acertado em várias questões, a retomada do diálogo é positiva", comentou. "O governo ouve o empresariado toda semana, mas ouve muito pouco os trabalhadores. Esperamos que a partir de agora essa relação seja alterada", afirmou o presidente da CTB, Wagner Gomes.

O representante da CUT disse que foi dada ênfase à questão da PLR, "um problema que está se arrastando há muito tempo". Também hoje, dirigentes sindicais se reuniram com o relator da Medida Provisória (MP) 556, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), e saíram com a garantia de que a emenda de isenção de Imposto de Renda será mantida. "Isso é um bom sinal. Ele também nos informou que ela deve ser votada a partir do dia 25. O compromisso dele com a gente é extremamente positivo no sentido de manter a emenda na MP", comentou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. São duas emendas nesse sentido: dos deputados Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da CUT, e Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), atual presidente da Força.

Outros temas, como a terceirização e o fim do Fator Previdenciário, entraram na agenda das centrais com o governo. "Ela (Dilma) autorizou o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República) a chamar os ministros de acordo com a área", disse Quintino.

Wagner Gomes, da CTB, disse que as centrais foram enfáticas ao abordar a necessidade de mudanças na política macroeconômica. Uma reunião deverá ser marcada com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já na semana que vem. "Ela insiste em dizer que vai tomar medidas em relação ao câmbio", lembrou Quintino Severo, da CUT. "O governo também está empenhado em criar uma nova política aduaneira", emendou. "A presidenta falou das dificuldades no cenário internacional e sobrevalorização do câmbio", disse ainda Juruna, acrescentando que na reunião também foram discutidas questões como a taxa de juros e acordos internacionais, como o do Brasil com o México no setor automobilístico. De acordo com Patah, o tema desindustrialização tomou 80% do tempo da reunião. A presidenta também falou sobre reforma trabalhista, assegurando que não haverá a chamada flexibilização da CLT.

O que todos garantem não ter sido discutido foi a indicação de um nome para o Ministério do Trabalho. Até ontem, se considerava quase certo o anúncio do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ), que não conta com o apoio do presidente nacional do partido, o ex-ministro Carlos Lupi. Hoje, circulou o nome do secretário-geral pedetista, Manoel Dias.O comando do PDT divulgou nota hoje reafirmando apoio ao governo Dilma, "o qual ajudou a eleger". E garantiu que não há veto "a qualquer companheiro ou companheira". A nota diz ainda que qualquer eventual convite para participar do governo "se dará pela via institucional das instâncias partidárias". Assinam a nota Lupi, Manoel Dias e os líderes do PDT no Senado, Acir Gurgacz , e na Câmara, André Figueiredo.

Terceirização

Representantes das centrais, sindicatos e outras entidades se reuniram com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Ricardo Berzoini (PT-SP), para discutir o Projeto de Lei (PL) 4.330, de 2004, sobre regulamentação da terceirização. O texto do deputado Sandro Mabel (PR-GO) aguarda parecer na comissão. A CUT e a CTB são contrárias ao parecer do relator, Roberto Santiago (PSD-SP), dirigente da UGT. A Força apoia o texto.

Indústria

O ministro Mantega, que esta semana adiantou que o governo anunciaria novas isenções a setores industriais, tem agenda cheia amanhã (15). Pela manhã, ele recebe representantes da Abit (associação da indústria têxtil) e Abimovel (móveis). À tarde, será a vez do Sindipeças (fabricantes de autopeças) e Aiab (indústrias aeroespaciais). (Da Rede Brasil Atual)

1 Comentários:

Anônimo disse...

Não dar aumento aos aposentados, ou não querer falar mais sobre o assunto mostra que a nossa Presidenta, esta agindo de forma similar ao governo FHC. Os politicos, banqueirose empresarios que gravitam em Brasilia tiram de tudo e todos, esquecem que o povo e em especial os aposentados, estão vendo.Parece-me, cada vez mais, que as ações são similares em se tratando do povo.Quanto aos partidos, são todos iguais.

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