Depois da audiência pública com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, nesta quarta-feira, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, vai à Câmara dos Deputados na próxima semana para esclarecer denúncias de supostas irregularidades nos contratos da pasta, que favoreceriam empresas doadoras de campanhas políticas. Segundo o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), Negromonte participará de audiência conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Desenvolvimento Urbano na quarta-feira, dia 10. As informações são da Agência Câmara.
"Agora todo dia vem ministro aqui", disse Vaccarezza, sobre a nova estratégia do governo diante das denúncias. Ao invés de impedir que autoridades falem na Câmara, a base governista agora incentiva a ida dos ministros à Casa para evitar o desgaste do Executivo. "O comportamento do governo é de apresentar todos os esclarecimentos para o Congresso e para a sociedade", disse o líder do PT, Paulo Teixeira (SP).
A mudança de comportamento também foi avaliada positivamente pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). "Quero ressaltar a importância de os ministros se colocarem de forma aberta na Câmara dos Deputados e tratarem dos temas de interesse do País, do Ministério e do Parlamento. Isso demonstra sensibilidade, clareza política e respeito ao Parlamento", disse.
Nesta quarta, Wagner Rossi negou aos deputados da Comissão de Agricultura que exista um esquema de corrupção na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele atribuiu as denúncias ao "destempero" de um ex-funcionário "realmente ressentido".
Convocação foi acordo com a oposição
Em um acordo, a oposição na Câmara abriu mão de convocar os ministros e o governo garantiu a presença das autoridades - o que evita que os ministros sejam obrigados a comparecer. Na manhã desta quarta, a Comissão de Fiscalização e Controle aprovou, além do convite a Negromonte, a realização de audiências com os ministros da Comunicação, Paulo Bernardo; dos Transportes, Paulo Passos; do Desenvolvimento Agrário; Afonso Florence; e do Meio Ambiente; Izabella Teixeira; além do presidente da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima. Todos eles responderão por supostas irregularidades em contratos ou na gestão dos órgãos.
O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), disse que a oposição ficou satisfeita com a aprovação dos requerimentos. "O líder do governo acordou que suspenderia a blindagem sobre as autoridades e marcaria as audiências. Agora nós estamos aguardando o agendamento para cobrar os esclarecimentos necessários", disse. Com o acordo, o partido apoiou as votações em plenário desta quarta-feira, deixando o DEM sozinho na obstrução.
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