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quarta-feira, 4 de maio de 2011

A falta que faz um Obama estadista, e um informante para receber US$ 25 milhões por Osama

Muito já foi dito sobre a morte de Osama Bin Laden, e muito mais se dirá em infindáveis teorias da conspiração, alimentadas por declarações e atitudes contraditórias do governo dos EUA, incluindo o desaparecimento do corpo.

Mas um ponto crucial e preocupante tem sido ignorado. Se eu fosse cidadão estadunidense, estaria seriamente preocupado com a falta de um delator para receber a recompensa de US$ 25 milhões para quem fosse informante do paradeiro. E a preocupação não é material em saber quem seria o "novo rico", e sim por razões da própria segurança.


Logo após o 11 de setembro, os EUA espalharam ao mundo e ao Afeganistão invadido, a recompensa milionária para quem trouxesse informações que levasse à captura ou eliminação de Bin Laden.

Acreditavam no poder do dinheiro, que compra tudo no ocidente, e que alguém próximo do saudita se corromperia, em questão de horas, dias, ou semanas.

Nove anos se passaram e, que se saiba, ninguém próximo a Bin Laden se corrompeu.

A delação seria uma derrota moral maior do que a própria morte do líder (que já encontrava-se isolado), porque seria uma deserção ou uma rendição (pelo menos parcial, no mínimo do delator).

Muito se especula na imprensa sobre paquistaneses, sejam do serviço secreto, sejam de uma academia militar nas vizinhanças da casa, sejam populares, saberem e não terem entregue Bin Laden.

É questionável se isso é verdade. O próprio EUA demorou mais de uma década caçando o "Unabomber", um cidadão estadunidense, vivendo dentro dos EUA.

Mas se for verdade, é um mau sinal para os EUA. Significaria que existe mais gente do que se pensa do lado de Bin Laden, com convicções firmes a ponto de não se seduzirem nem por US$ 25 milhões.

A falta de um delator mostra que a chamada "guerra ao terror" (segundo os EUA) ou "guerra santa" (segundo a Al Qaeda) ainda está longe de acabar.

Via de regra, uma guerra só acaba de uma das três formas:
1) dizimando totalmente o adversário;
2) obtendo a rendição;
3) ou fazendo um acordo de paz;

A primeira opção é a mais difícil de atingir neste caso, em que o inimigo não tem território, não tem quartéis com endereços fixos, e está espalhado em células em qualquer lugar do mundo.

As duas últimas opções de acabar uma guerra são as melhores, porque poupa derramamento de sangue, mas é coisa para estadistas. Obama seria estadista se capturasse Bin Laden vivo, e fizesse do processo e julgamento, um debate honesto e convincente para obter a condenação não apenas da pessoa, mas do próprio extremismo radical. Isso sim, seria uma conquista para desarmar o ímpeto daqueles levados à ações terroristas.

Teria um trunfo nas mãos, para buscar gradualmente uma rendição honrosa ou um acordo de paz, por mais incoveniente que fosse um julgamento e o arquivo vivo dos tempos em que Bin Laden era apoiado pelos EUA a guerrear para levar os Talibãs ao poder no Afeganistão.

Os EUA tem tecnologia suficiente para capturar vivo qualquer um, em operações de surpresa, com armas não letais que imobilizam ou adormecem (como gases ou tranquilizantes). Saddam Hussein foi capturado sem conseguir reagir, utilizando granada eletrônica que emite sons, luzes, fumaça e gases que atordoa os sentidos, deixando a pessoa desorientada e sem reação.

Mas Obama, de olho no calendário eleitoral de 2012, preferiu pensar na província (não de forma humilde, mas de forma arrogante, inerente ao imperialismo), em vez de pensar na paz mundial.

Por mais que os EUA sejam um super-império, existe um pensamento dominante provinciano, no sentido de só ter olhos para os 300 milhões de estadunidenses num mundo de 7 bilhões de pessoas. Preferiu eliminar Bin Laden (assim como atua na tentativa de eliminação de Khadafi). Gerou catarse nas ruas dos EUA, mas afastou a paz do horizonte, na chamada "guerra ao terror".

15 Comentários:

Reg disse...

EUA, junto da ONU,são os maiores terroristas da face da terra.
Estão se borrando de medo da retaliação dos aliados de Osama, que certamente virá.
Diante desses dois terroristas EUA e ONU, fico do lado dos milhares de civis ao redor do mundo, vítimas desses terroristas;invasores de países para roubarem suas riquezas.
Meu desprezo à ONU e EUA e caso haja retaliação, não sentirei nenhuma pena.
Se merecem: Osama, Obama, ONU.
Todos terroristas.

Brasilino disse...

Combater o terrorismo com uma ação terrorista é legitimar o método. Porque meu inimigo quando faz uma opção igual a minha é imoral e a minha não? A grande mídia não tem a honestidade de levantar a questão do papel dos Estados Unidos na promoção de conflitos entre nações e povos de todo o mundo.

Unknown disse...

+ uma ajuda "humanitária" estadunidense
paulo d imperio

Anônimo disse...

o Governo dos EYUA fingem temer represália por uma morte fajuta, pois sabem que tudo não passa de um teatrinho para justificar sujas guerras e poder incrementa-las com novos supostos inimigos, como os governantes dos países árabes que não são seus amigos do peito. Tudo para enganar os otários em seu próprio país em função das eleições e da usurpação do petróleo pelo mundo afora. Tolo é quem ainda dá crédito a toda essa farsa.

Avelino disse...

Caro Zé Augusto
Quanto mais se publica sobre o assunto, tanto mais aparece contradições terriveis.Se o governo Dilma, enviasse açuns aviões para caçar alguns cretinos brasileiros que moram em Miami,nos EUA, seria considerado invasão de um pais e declaração de guerra.EUA invadem o Paquistão, desacreditam o sistema de segurança interna, sem julgamento, ou melhor, já pre-julgado, mata uma pessoa e faz estadalhaço e nada acnotece, nem o Tribunal Interancional da Justiça faz algo.
Socorro, cade a OAB?!
Saudações

Weyll disse...

A Cia, O FBI, e a melhor capacidade tecnológica investigativa do planeta, não conseguiram uma prova definitiva que o Osama participou no nine eleven.O resto é jogo de cena para iludir rebanhos de incautos espalhados mundo afora.

yacov disse...

É realmente uma pena que uma grande nação, como os EUA, com uma cultura fantástica, seja refém de meia dúzia de empresários gananciosos e políticos espertalhões, que lhes impões sua agenda imperialista e "terrorista", que só ajuda a aumentar o sentimento anti-amerciano pelo mundo, associando a imagem da nação às mais sórdidas e covardes ações. STOP THE WAR NOW!!! GIVE PEACE A CHANCE.

"O BRASIL PARA TODOS não passa na gLObo - O que passa na glOBo é um braZil para TOLOS"

MARCOS BICALHO disse...

Últimas palavras do Osama antes de ser assassinado na frente das mulheres e da filha: não foi isso que combinei com o Obama.

Humberto Borges disse...

Até agora não entendi como dão como favas contadas essa história mirabolante da eliminação do antigo "benemérito patriota" colaborador dos americanos contra a invasão soviética no Afeganistão e posterior "maléfico terrorista" contra esses próprios americanos invasores de toda aquela região.
Na verdade ele sempre teve a mesma ideologia e usou das mesmas práticas tanto contra os soviéticos na década de 1980 quanto contra os americanos nas décadas posteriores.
Essa história de morte sem corpo está muito mal contada e a gente fica abismado com o consenso midiático sobre essa "versão hollywoodiana", como aquela das armas químicas de Saddham Hussein em 2003.
Imaginem se só por medo de "terrorismo" (que é o grande álibi para a invasão militar daquela região desde Clinton) o maior exército de toda a história da humanidade deixaria de exibir, principalmente para seu fanático povo norte-americano, o grande troféu capturado, mesmo morto, numa época em que inclusive a base de Guantânamo encontra-se em pleno funcionamento.
É mais provável que tenham encontrado (se é que encontraram) em algum lugar apenas ossos ou fios de cabelo/barba daquele fanático fundamentalista de saúde precária e sérios problemas nefrológicos, que precisava de hemodiálise constantemente, que já havia falecido em algum momento passado e cuja morte não interessava ser divulgada pela sua própria organização Al-Qaeda, para não perder força no meio de seus seguidores.
Assim, com alguns restinhos do corpo do Osama, os democratas republicanos (ou republicanos democratas) da coalisão governamental liderada pelo Obama tentarão consolidar essa versão por "análise de DNA" através da mídia dominante global e suas ramificações colonizadas.

josé claro disse...

Acho q a morte desse lixo humano do Bin Laden tem deixado muitas pessoas tristes no Brasil.

Poque ninguem fala dos milhares de mortos e torturados em Cuba, por exemplo.

Parem com essa palhaçada.
Bin Laden já foi tarde
e aqueles que o amam, que trate de chprar as pitangas.

Rasil disse...

Se O Preço da Liberdade é a Eterna Vigilância; não sabemos até quando a grande nação imperialista EUA e seus aliados, aguentaram pagar pelo pseuda liberdade a que impõen e expõen aos seus cidadãos com a politica externa intervencionista adotada contra as nações que rotulam como seus inimigos no mundo por contrariarem seus interesses mesquinhos.

José Henrique disse...

Os americanos querem ser os donos do mundo, invadem países, não respeitam o Direito Internacional, impõem sobre taxas aos produtos estrangeiros e muitas outras coisas. Eles se esquecem que Hiroshima e Nagasaki foram dizimados, O Iraque foi arrasado e não encontraram armas de destruição em massa. Pela arrogância dos americanos é que o mundo todo salvo Inglaterra, França, Itália e Espanha não toleram esta soberba americana.

Ed.Lima disse...

Se Obama tivesse chamado o¨NUNCA DANTES¨ prá negociar,teria evitado tanto estragos: como mortes de inocentes e altíssimos gastos militares.LULA tiraria de letra,garanto.

Geysa Guimarães disse...

Bobama conseguiu transformar o maior terrorista do mundo, exterminador de quase 3 mil inocentes, em vítima.
Aliás, o Nobel da Paz vem colecionando barbáries (prática que ele oficializou, segundo José Nêumanne Pinto no SBT). Por trás das forças da OTAN, que sacrificou 3 netos de Kadhafi, está a caneta do Império.

Geysa Guimarães disse...

Por favor, forças da OTAN sacrificaram, em vez de sacrificou.

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