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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Os números do Presidente

Nos últimos dias, foram divulgadas três pesquisas nacionais. Realizadas por Vox Populi, Ibope e Datafolha, cada uma enfatizou determinado conjunto de temas e usou metodologia e amostra diferentes.

Todas, no entanto, chegaram a um mesmo resultado: Lula encerra o ano e seus dois mandatos como presidente com a popularidade em ascensão. Os resultados que ele alcançou em dezembro são os melhores desde o início de 2003, na série de cada instituto.

Tomemos os números daquele de que as oposições mais gostam, conforme revelaram durante a campanha. Segundo o Datafolha, o governo Lula foi avaliado como "ótimo" ou "bom" por 83% dos entrevistados, sendo que 13% afirmaram que é "regular". Os 4% restantes disseram que é "ruim" ou "péssimo".

É um resultado extraordinário, por, pelo menos, duas razões. Em primeiro lugar, mostra que a avaliação positiva que Lula atinge na saída é quase o dobro da que obtinha na entrada, pois, em março de 2003, "apenas" 43% das pessoas, de acordo com o mesmo instituto, faziam juízo positivo do governo.

Note-se que esses números eram consensualmente considerados muito bons pelos analistas políticos: representavam o triplo da aprovação que Fernando Henrique tinha no encerramento de seu período e mostravam como eram favoráveis (e elevadas) as expectativas da sociedade brasileira em relação a Lula e à chegada do PT ao poder.

Seria possível dizer que quem somente torcia por Lula naquele começo de governo hoje confirma as expectativas positivas que tinha. Oito anos mais tarde, essas pessoas devem se sentir satisfeitas quando chegam à conclusão que o governo deu certo.

Quase todas as 40% que o avaliavam como regular, ao que parece, se converteram ao "lulismo de resultados", assim como os 7% que não sabiam o que dizer. Os 10% que, naquele distante março de 2003, achavam o governo ruim ou péssimo minguaram para os 4% de agora.

O segundo motivo para afirmar que as pesquisas de dezembro são extraordinárias é a contínua tendência de melhora da popularidade presidencial. Ou seja, não apenas os números de Lula são elevados, como tenderam a subir constantemente.

Olhando a série de todos os institutos, verifica-se que a popularidade cresceu na campanha de 2006 (recuperando-se da crise do mensalão) e se manteve estável ao longo de 2007. De 2008 em diante, no entanto, ela só aumentou, batendo recorde após recorde, em performances que ninguém achava que serias sustentáveis (pelo que consta, nem Lula acreditava que conseguiria).

Foi possível explicar essa tendência, em 2008, pelo ambiente da eleição municipal, em que ninguém se arriscou a questionar o governo, exatamente por ele ser popular. Mas esse argumento não serve para 2009 e, em especial, para 2010.

Nas eleições que acabamos de fazer, a oposição usou todos os argumentos que quis, em palanques, na propaganda eleitoral e em debates, e contou com a ajuda sempre obsequiosa da chamada "grande imprensa". Quem analisou a cobertura dos "grandes jornais" (impressos e televisivos) de São Paulo e do Rio, já mostrou quão desfavorável foi a Lula e ao governo (e a Dilma, naturalmente).

Não seria, em função disso, surpreendente que a popularidade caísse. Mas ela não apenas não caiu, como subiu ainda mais.

Chegam a ser engraçadas algumas especulações sobre o futuro de Lula. Parte de nossos observadores não sabe o que dizer de um personagem como ele e teima em enquadrá-lo no figurino de seus antecessores. Esquecem-se, porém, que todos saíram do governo com alto nível de desgaste (salvo Itamar, mas seu período foi tão excepcional que é difícil compará-lo). Em outras palavras: ex-presidentes que a vasta maioria do país queria ver pelas costas.

Daqui a 10 dias, Lula será algo que não tivemos em nossa história, um ex-presidente querido e respeitado por quase todo mundo. Parecido com ele, o único é Juscelino.

A diferença é que JK só chegou a esse ponto depois de morrer, quando já era tarde. Lula está vivinho da silva e tem um largo caminho pela frente.(Marcos Coimbra)

1 Comentários:

Paulo Morani disse...

Hoje, O Goebbels se superou! Colocou a "cabra-cega" da Miriam "Porquinho" (na primeira página) para defender o fatidico suplemento do governo que "nada fez". Ela fala, imclusive, que a inflação do final do fhc FOI CULPA DO LULA. É de dar pena que ela se preste a um papel ridiculo desses. O Blog do Planalto ARRASOU com O Goebbels, mostrando o que cada área realizou. Mostrou um governo, que JAMAIS VAI SER PERFEITO (pois tal não existe) e, na minha opinião, deveria fazer IMPRESSO e distribuir por todo o Brasil. Só assim haveria contraponto. É necessário continuarmos atentos, nós da blogosfera. Hoje, novamente O Goebbels ataca. Diz que LULA foi "inaugurar" (eles escreveram assim) o teleférico do Alemão (que eles disseram que foi uma derrota, por não matarem os bandidos. Ele queriam um banho de sangue). LULA não foi inaugurar nada. Foi lá testar o teleférico. Não houve NENHUMA CERIMÔNIA DE INAUGURAÇÃO. O que fizeram foi, inaugurar de lá as casas da Rocinha (que eles destacam com a rua que mais tem tuberculoso) e a duplicação da Rio/Angra. O Goebbels MENTE O TEMPO TODO, ATÉ VIRAR VERDADE. Nas páginas de dentro fala da "obra que levou 4 anos para ficar pronta". Só pegam o negativo. E com DILMA não vai ser diferente. Basta ver o tratamento que estão dando a escolha do Ministério dela. Não podemos deixar passar nada em branco.

Enquanto isso, as vendas de Natal crescem, os aeroportos estão lotados (mas eles só falam de caos), os hotéis de Copacabana a 100%. Como diria o Paulo Henrique Amorim:

QUE HORROR!

Paulo Morani

22/12

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