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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PSDB precisa calçar as sandálias da humildade, afirma FHC

O partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB), que governou o país por oito anos, vive hoje um purgatório sem fim - a julgar pelo enredo repetitivo que alimenta o projeto para o Palácio do Planalto. Seus principais personagens seguem no conflito pelo poder próprio. O futuro é incerto. A arte de perder continua.

Mesmo conquistando oito estados importantes nas últimas eleições e com a expressiva marca de 44 milhões de votos para José Serra - o último dos fundadores presidenciáveis -, os tucanos amargam, na verdade, o gosto da derrota. O PT se coloca no papel de mãe. Ao PSDB, resta o semblante do padrasto "gente fina", que nada mais tem a acrescentar - pelo menos do ponto de vista presidencial. Em uma única sentença, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso definiu o tumulto das eleições de 2010 para seu partido: "O PSDB precisa calçar as sandálias da humildade".

Alguns dos envolvidos já sumiram do mapa e não quiseram comentar o tema. Simão Jatene, que retornou ao governo do Pará, estava na África; Marconi Perillo, eleito em Goiás, em Jerusalém; Alberto Goldman, governador de São Paulo, não quis falar; diversos outros políticos de peito amarelo-bandeira saíram em revoada. Entre os quais, Geraldo Alckmin, governador eleito de São Paulo.

O PSDB perdeu para Lula, para um governo que é aprovado pela maioria dos brasileiros (afinal, a economia vai bem). Perdeu para uma estrutura na máquina do poder. E também para si mesmo. E a derrota poderia ter sido menor com a resolução das intrigas internas no partido.

Se a coerência das santidades já considerava o fracasso mesmo antes do dia do juízo final, um telefonema entre Aécio Neves e José Serra, líderes da oposição, uma semana antes de ocorrer o segundo turno, deu a síntese da ópera: "Depois das eleições, não quero olhar na sua cara!", ouviu-se de um dos lados. Mas, antes de esclarecer a fúria, cabe retornar um pouco aos acontecimentos.

No primeiro turno, a candidata Dilma Rousseff teve, em Minas Gerais 46,9% dos votos, o mesmo percentual que obteve no restante do Brasil. O candidato tucano ficou com com 30,7%, contra 32,6% no restante do pais. O estado, portanto, é considerado ferramenta- chave na equação eleitoral, já que os resultados lo- cais refletem assombrosamente o plano nacional. É a chamada "geografia do voto". E é preciso reverter os resultados no quadro marcado. E para tanto, as participações de Aécio Neves e de seu pupilo, Antônio Anastasia, governador reeleito por Minas, eram mais que necessárias.

Dias depois do final do primeiro turno, em um megaevento realizado em Belo Horizonte o ex-governador mineiro reuniu cerca de 450 prefeitos e deputados eleitos. "Vamos virar esta eleição", afirmou o secretário-geral Rodrigo de Castro, que saiu das urnas com o título de deputado federal mais votado no estado.

A pedido do ex-governador paulista, Aécio viajou ao Nordeste para ajudar na mobilização nacional. E prometeu dar a "vitória a Serra em Minas". Horas depois, no entanto, Anastasia rebateu: "Ninguém tem bola de cristal", dizendo "não poder garantir" nada. Sem o afinco do comprometimento dos mineiros, que venceram tudo dentro de casa, a derrota estava desenhada. No curso desse processo, até surgiu a denúncia de desvio de dinheiro na principal obra tucana em São Paulo, o rodoanel metropolitano Mário Covas.

Na véspera do segundo turno, em Belo Horizonte, Aécio organizou a maior carreata realizada durante toda a campanha. Na manhã típica mineira, com os termômetros na marca dos 300C, milhares de pessoas tomaram as ruas para saudar os homens da coligação "O Brasil Pode Mais". Ao lado de seu anfitrião e do professor Anastasia, Serra dava fim a uma campanha difícil. O presidente Itamar Franco - a quem o ex-governador de São Paulo declarara que "o Brasil devia muito" - fechou o retrato dos medalhões que, do alto da caçamba de uma caminhonete 4x4, acenavam para a massa. Os cerca de três quilômetros percorridos do Palácio das Mangabeiras até o centro da capital mineira, na Praça da Savassi, levaram mais de uma hora. Abraços emocionados dos caciques após a execução do Hino Nacional. Ao final dos disparos dos rojões, todos seguiram juntos para a coletiva de imprensa, na sede do governo.Na Revista Rolling Stones

6 Comentários:

X-MAN disse...

Se o PT quiser fazer um bom governo e chegar a 2014 em condições de permancer nele tem que começar a olhar pro proprio rabo: na campanha negaram que haveria cortes nos investimento e o que se ve agora? Cortes nos inventimentos, enquanto isso os 290 bilhões pra pagar meia diuzia de gatos pingados estão lá reservados prontinhos pra sair do nosso bolsos através do ir que pagamos pra entrar no bolso dessa turma. Se a Dilma for por esse caminho não vai muito longe não.

Anônimo disse...

Zé, não entendi esse final: "Na Revista Rolling Stones"

Alex
Minas Gerais

Rafael de Tasso Almada Picardi disse...

por favor, publiquem o resto do texto. obrigado.

Anônimo disse...

E isso mesmo,
mas no final, quem deu o veredito?
Lula ou Aecio?
Foi mais uma vez,a camada dos 70% dos mais pobres, do jequitionha, do norte de minas, da Bahia, gente que nuca foi ouvida nem levada em conta, gente que fica so com as promessas, gente que não tem rede de esgotos, e polui os mananciais, gente que compra fiado e o nome vai pro spc e serasa porque perdeu o emprego, gente que nem emprego tem gente de um semiarido que naõ entra nos radares da politca de investimentos do pais, em fim, E muita gente, mas muiiiiita gente pra repartir as migalhas do bolo que sobram da festança do congresso brasileiro.
Viva o presidente LULA, que muitas veses esteve só, com a batata quente nas mõas, batatas que nos colocamos nas maõs dele, um nordestino arretado e teimoso que truxe esse pais do fundo do poço, contando com a força dessa multidão, onde fez com que o mundo enxergasse esse pais como um povoado de grandes dinensões, e passamos a vislumbrar de um outro perfil que a minoria dos orgulhosos manda chuvas daqui, vão ter que apanhar muito para entender essa metamorfose social brasilera que tem como pai o LULA, esse sim, e um diamante lapidado cravado de estrelas reluzentes que jamais serão apagadas,o LULA e o grande diamante e nos da grande muitidão somos as estrelas.
Obrigado LULA. voce nunca vai ser esquecido. voce e o nosso orgulho, sera sempre o nosso CARA.

Anônimo disse...

oi, onde está o resto do post? acaba pela metade!!!

MARCOS BICALHO disse...

Na foto, o ditador mineiro/carioca Aécio pegunta para o esquisito paulista: E agora, sentiu?

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