Pesquisa do IBGE sobre alimentação nos domicílios mostra que o saudável arroz com feijão perde espaço para biscoitos e refrigerantes, na alimentação dos brasileiros. Há aumento de alimentos industrializados e diminuição de alimentos naturais. O resultado é açúcar e sal acima do recomendado, nutrição desbalanceada, aumento da obesidade, da incidência de diabetes, problemas cardíacos e alguns tipos de câncer.
Uma parte da mudança de hábitos pode ser explicada pela vida urbana, pelo fato de mais gente trabalhar fora, ainda mais perdendo tempo no trânsito, sobrando pouco tempo para os afazeres domésticos. A praticidade dos alimentos industrializados, não perecíveis, adequa-se ao ritmo da vida urbana "moderna".
Porém muita gente tem acesso a frutas frescas na prateleira dos supermercados, que também não exige preparo, e acabam comprando biscoitos e yogurtes, para dar um exemplo.
Neste caso entra também o forte componente da propaganda no PIG (Partido da imprensa golpista), sobretudo as dirigidas ao público infanto-juvenil, mais influenciáveis. São biscoitos, yogurtes, doces, chocolates e refrigerantes assediando as crianças por um lado, e cerveja, fast-food e assemelhados assediando os jovens adultos.
É óbvio que uma civilização saudável precisa de regulamentação pela sociedade desse tipo de propaganda, voltada ao interesse econômico acima da saúde do povo. O PIG só aceita a auto-regulamentação do CONAR, que é deixar a raposa tomando conta do galinheiro.
De vez em quando, sai alguma reportagem sobre as virtudes dos alimentos naturais, dos orgânicos, mas é pouco diante das propagandas massivas dos "enlatados".
Para piorar o quadro, os movimentos sociais que de fato lutam pela difusão da produção e consumo de alimentos orgânicos e saudáveis, são criminalizados no noticiário, como é o caso do MST, em vez de serem incentivados nas boas práticas.
É mais um motivo para lutarmos para aprofundar políticas públicas de incentivo a pequenos produtores e consumo de alimentos saudáveis, sobretudo nos grandes mercados de consumo - nas metrópoles; e de lutarmos também pela democratização dos meios de comunicação, por uma imprensa que informe sistematicamente sobre alimentos saudáveis de pequenos produtores, que não tem como bancar propagandas caríssimas na TV.
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3 Comentários:
Não só propagandas de enlatados, biscoitos etc direcionadas às crianças, bem como o laptop daquela apresentadora, cuja propaganda deveria sair do ar, como nos países sérios e agentes públicos preocupados com as crianças.
Corre um vídeo na blogosfera contra esta propaganda.
Mas a apresentadora é cidadã de 1ª classe e não passível de censura.
Aliás, falam tanto em cidade partida aqui no Rio, quando na verdade ela está dividida em cidadãos de 1ª e 2ª classe.
Do asfalto e da favela somos todos cidadãos de 2ª classe.
Os de 1ª são aqueles que não são punidos porque fazem parte da elite oportunista e enganadora.
Infelizmente se fala muito na melhora da economia. Melhora da economia não é nada bom,somente significa mais dinheiro nas mãos de poucos,mais consumismo ,mais corrupção pelas corporações e etc.
A mídia sempre sorri para estes assuntos de economia e sempre mete pau no governo quando o assunto é saúde.Na verdade elas são as grandes prostitutas que vendem cada filho do brasileiro as grandes corporações.
Consuming kids e criança a alma do negócio só demonstra que toda essa economia crescente só vai produzir um novo Estados Unidos aqui no Brasil. E é isso que não queremos.
O sistema economico de hoje possibilita o lucro acima de tudo.Deve existir no Brasil um sistema economico que não se utilize do lucro para fins pessoais e que não permita a competição porque esse dois quesitos fazem que a propaganda exista.
Excelente análise.
Acho que as indústrias alimentícias e de medicamentos são as que mais matam no mundo. Olho vivo, o melhor alimento nós temos arroz (se possível integral) e feijão.
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