Pages

sábado, 25 de dezembro de 2010

STF adota uso de iniciais para ocultar identidade de autoridades processadas

Uma prática adotada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) está servindo de proteção adicional para políticos e outras autoridades que detêm foro privilegiado. Inquéritos e outros processos no STF passaram a tramitar em caráter confidencial, apenas com as iniciais dos nomes de quem está sendo investigado.

O procedimento seria normal, se os processos estivessem em segredo de Justiça, mas a prática foi ampliada pelo STF, sob o argumento de que seria necessário preservar "a honra e a intimidade das pessoas".

Apenas com as iniciais dos nomes fica praticamente impossível saber quem está sob investigação. Um dos favorecidos da nova praxe foi o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ari Pargendler, que está sendo processado por injúria pelo ex-estagiário Marco Paulo dos Santos. Na queixa contra Pargendler, o ex-estagiário relatou ter sido agredido verbalmente e demitido por ordem do presidente do STJ.

O processo não estava em segredo de Justiça. Os advogados do presidente do STJ chegaram a pedir que o processo fosse sigiloso, mas o relator, ministro Celso de Mello, rejeitou o pedido e enfatizou: "Nada deve justificar, em princípio, a tramitação, em regime de sigilo, de qualquer procedimento que tenha curso em juízo, pois deve prevalecer a cláusula de publicidade."

O mais recente beneficiário desse caráter confidencial foi o prefeito de Macapá, Roberto Góes. Preso e trazido para Brasília, ele pediu ao Supremo para ser libertado. O habeas corpus que chegou ao STF, apesar de não ter nada que possa autorizar o segredo de Justiça, foi colocado no sistema tendo como parte ARRGDAS (Antônio Roberto Rodrigues Góes da Silva).

Balanço. Um levantamento apenas dos últimos 50 inquéritos entregues ao STF mostra que, em 42 processos, o tribunal não publicou o nome dos investigados. Desses, 28 não estavam em segredo de Justiça. Em um desses inquéritos, só um dos investigados por estelionato, formação de quadrilha, peculato e crime contra licitações é protegido e tem apenas as iniciais do nome dispostas no andamento do processo.

O nome do senador João Ribeiro (PR-TO) aparece apenas como J.B.J.R. Só foi possível descobrir o nome dele porque estava disposto em um dos requerimentos feito ao STF.

O tratamento diferenciado dado neste caso é uma das razões de ministros do próprio tribunal criticarem o segredo adotado pelo STF. "Será que essa regra vai valer para todo cidadão ou só para alguns?", pergunta um ministro. "É uma proteção indevida. Será que para o cidadão comum haverá esse cuidado?", questiona o ministro Marco Aurélio.

Essa prática não era costumeira. Antes, a regra era colocar as iniciais em processos que tramitavam em segredo de Justiça (por conterem informações sobre sigilo fiscal, bancário e telefônico) ou que envolviam crianças e adolescentes. A mudança ocorreu apenas a partir de agosto.Informações Agência Estado

8 Comentários:

Ary disse...

O "cerebelo" por trás dessa idéia genial deve atender pelas iniciais "FDP".

Reg disse...

Transparência zero no judiciário?
Depois dizem que o povo não sabe votar.
Wikileaks nele.

ANTÔNIO ALBERTO (Pe.Alberto) MENDES FERREIRA disse...

OS GRANDES CAPITALISTAS ( a direita ), SEMPRE EXPLORANDO OS POBRES ATRAVÉS DO ESTADO ... >>

“ Craig Aaron considera lamentável o poder dos lobistas da industria de telecomunicações e de tv a cabo em Washington: “Nos últimos anos deslocaram 500 lobistas, basicamente um para cada membro do Congresso, e isso é somente o que declaram abertamente. A AT&T é a empresa que doou mais dinheiro para campanhas políticas em toda a história. E a Comcast, a Verizon e as outras grandes empresas não ficam atrás. Estamos realmente vendo esse jogo aqui. Mais uma vez, os grandes interesses empresariais estão utilizando sua influência, suas contribuições para as campanhas, para eliminar qualquer ameaça a seu poder, a seus planos para o futuro da internet. Quando a AT&T quer reunir todos os seus lobistas, não há uma sala que abrigue a todos. Tiveram que alugar uma sala de cinema. As pessoas que representam o interesse público e que lutam pela internet livre e aberta aqui em Washington ainda podem compartilhar o mesmo táxi. “ In : http://www.cartamaior.com.br ; O presente de Natal de Obama a AT&T (e Comcast e Verizon) >>

O ERRO ESTÁ NA INVERSÃO DA "MÃO DA DIREÇÃO " ... >>

Muito além do Estado se interessar pelas "minorias econômicas ", que na verdade é A MAIORIA populacional ;> essa, a MAIORIA populacional, é quem deveria ADMINISTRAR O ESTADO. >>

Por favor, leiam : PARA EQUILIBRAR O DESEQUILÍBRIO POLÍTICO => in :padrealberto.blogspot.com >>

>>

Malú disse...

Isso deve ser uma iniciativa do Gilmar Mendes, que quando jutificou a ausência das algemas em presos, explicou: "Amanhã poderá ser um de nós..." - deve estar pensado o mesmo sobre a exposição de nomes "nobres" no STF. "Quem usa cuida"

Marcus Carvalho disse...

Espero, com muita esperança, que consigamomos no próximo Governo uma reforma no judiciário, e que se não houver, que fique esta sugentão: A partir de XX/xx/XX data será obrigatório informação "on-line" sobre toda e qualquer auteração na situação social- parece ditador , né?- processos e afins (com a finalidade de que todos tenham acesso sobre as informaçãe de quem estamos fazendo algum negocio ou relacionamento!!!!

Anônimo disse...

Pronto, logo o "supremo" avança contra o espírito repúblicano. Querem é mesmo minar a democracía!

Leo disse...

A justificativa deles é de preservar a honra dos acusados,e desde quando criminosos tem honra?,essa é mais uma para troteger as safadesas dos safados neste país

Edemar Motta disse...

É a justiça que temos. Deve ser uma espécie de auto-defesa.

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração