Aumento da renda dos clientes leva à maior alta de vendas em cinco anos
O aumento da renda dos consumidores proporcionou ao setor supermercadista registrar entre janeiro e agosto deste ano o maior crescimento na quantidade de produtos vendidos desde 2005, quando a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em parceria com a Nielsen, passou a monitorar o volume comercializado nos autosserviços. Ao contrário do que aconteceu em 2005, quando o volume avançou 5%, mas o faturamento dos supermercados recuou 0,66%, nos oito primeiros meses deste ano tanto o faturamento quanto a quantidade vendida cresceram, com altas, respectivamente, de 4,7% e 6,8%. "Nunca se comprou tanto nos supermercados", resumiu o presidente da Abras, Sussumu Honda. Segundo ele, isso é explicado pelo incremento do consumo das classe C, D e E, que procuram nas prateleiras dos supermercados, principalmente, produtos mais baratos e de segunda linha. "Os consumidores não estão comprando as marcas de refrigerante líderes, mas sim as regionais, com preços mais baixos", exemplificou. "As categorias de produtos de segunda linha, que operam com margens até maiores, ganham espaço, em relação aos produtos premium." A procura por produtos mais baratos, aliada ao recuo dos preços nos supermercados, vêm desacelerando a receita. "Com preços mais acessíveis, o consumidor passou a comprar mais, mas o faturamento não acompanha este ritmo." Após encerrar os três primeiros meses do ano com alta de 8,6%, o faturamento do setor desacelerou, encerrando o período de janeiro a agosto com incremento de 4,7%.
CESTA DO CONSUMIDOR
A Abras projeta que o volume comercializado encerre o ano com avanço na faixa de 6% a 6,5% sobre 2009. Já a estimativa para o faturamento dos autosserviços é de que se acelere a partir deste mês, com a perspectiva de aumento nos preços de produtos com grande representatividade na cesta do consumidor, como carnes e feijão. Mesmo prevendo aumento nos preços, a maior participação de produtos importados eletroeletrônicos, brinquedos, castanhas, vinhos e bacalhau, beneficiados pela valorização do real - deve compensar parte da pressão. Outro fator que vem contribuindo para a desaceleração do ritmo de faturamento é a maior concorrência com outras categorias de produtos, de maior valor agregado, puxados pela expansão do crédito. Como exemplo, as categorias de móveis e eletrodomésticos (+20,5%), materiais de construção (+20,3%) e informática e telefonia (+16,1%) cresceram acima dos supermercados entre janeiro e julho ante mesmo período de 2009.
Crescimento em todo o País
As categorias de produtos mais vendidos são bebidas alcoólicas, com destaque para o aumento de 19,5% das cervejas, beneficiadas pela Copa do Mundo. Entre as bebidas não alcoólicas, as vendas foram puxadas por refrigerantes, que subiram 12%. Os produtos perecíveis estão entre os mais vendidos este ano, em especial leite fermentado (+20,4%), queijo (+15,7%), pizza refrigerada (+14,8%) e sobremesa pronta (+14,1%).
O crescimento das vendas foi disseminado por todas as regiões nos oito primeiros meses deste ano em relação a igual intervalo de 2009. Segundo a Abras, as vendas reais, deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IP-CA), cresceram 1,2% em agosto em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em relação a julho, as vendas recuaram 1,4%. O valor da cesta de 35 produtos de largo consumo, como alimentos, limpeza e beleza, teve queda de 1,27% nos preços em agosto ante julho, para R$ 270,94.
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração