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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

2º turno: Dilma larga com 47 milhões de votos. Serra com 32,9

O resultado da eleição foi segundo turno. Faltou pouco para liquidar a eleição no primeiro turno, mas faltou.

Agora é completar o que faltou no segundo turno.

Se a maioria do eleitorado quis segundo turno, temos que respeitar a vontade do povo brasileiro, e acabar de fazer o que ficou faltando: esclarecer o que não foi esclarecido.

É hora de desintoxicar o veneno dos boatos mentirosos. Dilma e Lula sempre respeitaram, ouviram, dialogaram e negociaram com movimentos sociais, buscando consensos. Com grupos religiosos, que não deixam de ser uma forma de movimento social da sociedade organizada, também é a mesma coisa. É preciso reunir, dialogar, esclarecer, estabelecer compromissos e acabar com mal entendidos de uma vez por todas.

O segundo turno será um pouco diferente do primeiro. O "bateu, levou", pode ser aplicado, porque não há uma terceira via para correr por fora. Historicamente quando 2 candidatos brigam, muitos eleitores migram para um terceiro que corre por fora. Por isso, quando Dilma estava na frente com folga era interessante evitar a baixaria de Serra, respondendo o mínimo necessário. Quando só tem 2 na disputa, não tem para onde perder votos, e dá para responder melhor, sem perder votos.

De qualquer forma, o maior desafio é pautar a campanha para os temas políticos, com confronto dos dois projetos nacionais e suas diferenças que estão em jogo. Serra, pelo seu modus operandi, vai fugir desses temas que lhe são desfavoráveis.

Vai procurar despolitizar, desconstruir a adversária com infâmias, vai querer transformar a eleição num paredão do BBB (Big Brother Brasil).

Vai usar a imprensa para atacar na desconstrução da imagem de Dilma com difamação pelas bordas, acusando gente do PT ou do governo, soltando seus dossiês para a Folha e para a Veja, arregimentando ex-presidiários, e baixarias do gênero.

A imprensa é a artilharia. A infantaria é a internet, com sua rede de empresas pagas para fazer spam para espalhar boatos sujos, calúnias e difamação. Fizeram isso no primeiro turno. E continuarão fazendo. A campanha de Dilma tem que tratar de monitorar e reagir mais rapidamente do que no primeiro turno, tanto aos ataques da imprensa como pela internet.

A vantagem no segundo turno é que Serra não terá como se esconder, não poderá fazer perguntas pelas costas para Marina ou Plínio, nos debates. Não poderá escapar do confronto frente a frente. Não poderá esconder seu passado do que fez na constituinte, como deputado, como senador, como Ministro de FHC, como prefeito e como governador.

Dilma inicia o segundo turno com mais de 47 milhões de votos (mais do que os 46,6 milhões que Lula teve no 1º turno de 2006, apesar do eleitorado ser menor naquele ano).

Serra teve quase 33 milhões de votos (bem menos do que os 40 milhões que Alckmin teve no primeiro turno, apesar do eleitorado ser maior nesse ano).

Marina conseguiu uma excelente votação, de quase 20 milhões de votos. Bem acima das expectativas. Em termos de votação está de parabéns. Em termos políticos ainda é preciso decifrar o significado dessa vitória, e saber como ela própria vai se posicionar politicamente. De qualquer forma seus votos devem ir para Serra no caso do eleitor anti-Lula, e ir para Dilma no caso do eleitor que gosta de Lula, uma vez que se consiga desfazer os boatos que levaram muita gente a mudar o voto de Dilma para Marina.

11 Comentários:

Geysa Guimarães disse...

Não adianta reclamar mas tem que reexaminar o jogo jogado, pra ver os pontos fracos.
Ora, não apontam as falhas dos concorrentes, deixam que eles posem de santinhos, probos, decentes e íntegros. Enquanto isso, lá vem eles com Erenice, Dilma guerrilheira, pró aborto, antiCristo e coisas mais.
Sem contar, lógico, com a COMPRACIA de última hora.
Brincar com profissionais nunca foi boa medida, Tancredo já dizia.

Unknown disse...

De fato, houve falta de politização na campanha. Pessoalmente, porém, entendo que, apesar de não descartar totalmente, ela não foi projetada visando uma vitória no primeiro turno das eleições. Isso surgiu recentemente como conseqüência do crescimento da Dilma nas pesquisas. Também me parece que a tese do plebiscito somente teria aplicabilidade no segundo turno, quando a disputa deveria ser travada entre Dilma e Serra, ou entre as experiências de governo de Lula e FHC, quando deveria ocorrer a comparação. Partindo desses pressupostos, vejo esse resultado com certa naturalidade. Acho mesmo bastante parecido com o que ocorreu em 2006: foi no segundo turno que se pode verificar a diferença entre os dois estilos de governo, o que pode e deve acontecer também agora no segundo turno de 2010. Todavia, uma coisa é certa: não se pode ingenuamente imaginar que o sucesso do governo do presidente Lula seja suficiente para não se dar satisfação à população diante de denúncias de corrupção, e muito menos não ter em conta questões de ordem moral, como se fez durante a campanha quando, em nenhum momento se utilizou o programa eleitoral na TV para que a candidata falasse à grande massa de eleitores que, o caso de sua sucessora e ex-colaboradora no ministério, teria que ser apurado e punido, caso ficassem comprovadas irregularidades. Limitou-se a fazer por meio de entrevistas coletivas que nem de longe atinge a grande massa dos eleitores. Ficou a impressão de que a demonstração do que se fez de bom e o que se pretende continuar fazendo seria capaz de demover o cidadão da sua preocupação com a corrupção, ou com malfeitos, no dizer da nossa candidata. No que se refere a questões morais ou religiosas, não se procurou demonstrar, por exemplo, que as conquistas sociais aproximam muito mais o governo da esquerda da doutrina da Igreja, tanto católica quanto evangélica. A primeira, por exemplo, fez uma opção pelos pobres e é defensora intransigente da família. Ora, o principal programa do governo de combate à pobreza se chama exatamente bolsa-família. Salvo melhor juízo, todas essas questões me parecem relevantes e haverão de ser (re)pensadas e consideradas nessa nova etapa da campanha.

Unknown disse...

De fato, houve falta de politização na campanha. Pessoalmente, porém, entendo que, apesar de não descartar totalmente, ela não foi projetada visando uma vitória no primeiro turno das eleições. Isso surgiu recentemente como conseqüência do crescimento da Dilma nas pesquisas. Também me parece que a tese do plebiscito somente teria aplicabilidade no segundo turno, quando a disputa deveria ser travada entre Dilma e Serra, ou entre as experiências de governo de Lula e FHC, quando deveria ocorrer a comparação. Partindo desses pressupostos, vejo esse resultado com certa naturalidade. Acho mesmo bastante parecido com o que ocorreu em 2006: foi no segundo turno que se pode verificar a diferença entre os dois estilos de governo, o que pode e deve acontecer também agora no segundo turno de 2010. Todavia, uma coisa é certa: não se pode ingenuamente imaginar que o sucesso do governo do presidente Lula seja suficiente para não se dar satisfação à população diante de denúncias de corrupção, e muito menos não ter em conta questões de ordem moral, como se fez durante a campanha quando, em nenhum momento se utilizou o programa eleitoral na TV para que a candidata falasse à grande massa de eleitores que, o caso de sua sucessora e ex-colaboradora no ministério, teria que ser apurado e punido, caso ficassem comprovadas irregularidades. Limitou-se a fazer por meio de entrevistas coletivas que nem de longe atinge a grande massa dos eleitores. Ficou a impressão de que a demonstração do que se fez de bom e o que se pretende continuar fazendo seria capaz de demover o cidadão da sua preocupação com a corrupção, ou com malfeitos, no dizer da nossa candidata. No que se refere a questões morais ou religiosas, não se procurou demonstrar, por exemplo, que as conquistas sociais aproximam muito mais o governo da esquerda da doutrina da Igreja, tanto católica quanto evangélica. A primeira, por exemplo, fez uma opção pelos pobres e é defensora intransigente da família. Ora, o principal programa do governo de combate à pobreza se chama exatamente bolsa-família. Salvo melhor juízo, todas essas questões me parecem relevantes e haverão de ser (re)pensadas e consideradas nessa nova etapa da campanha.

Denis disse...

Mais tempo para debater e mostrar q Erenice e demais companheiro é inocente

Luis Rodrigues disse...

Movimentos sociais verdadeiros trabalham com questões reais, concretas. Movimentos religiosos, ao contrário, trabalham com questões ficticias, abstratas, sem base factual, crença no irreal, sem fatos científicos, com invenções e mentiras. A coisa é feia. E a Marina fez esse papel sujo e canalha. A pior serviço ao Brasil desde o fim da Ditadura.

Luis Rodrigues disse...

Em tempo. Marina soube usar a internet melhor do que a Dilma, infelizmente.

Anônimo disse...

O Problema maior é que essa eleição não será decidida pelo que o Pt fez de bom para o país e o que o PSDB fez de ruim... O problemas está no falso moralismo do brasileiro e de seus fanáticos religiosos. Serra vai bater na tecla do aborto, do passado de Dilma como militante política e na questão da Igreja.

Dilma precisa desmascarar Serra, mostrando que o candidato não é santo, mostrando suas ligações com crimes e expondo suas mentiras.

Dilma precisará achar um antídoto para a boataria nas igrejas. Isso foi o seu calcanhar de Achiles.

Sugiro que cada mentira de Serra seja combatida com olhos nos olhos do eleitor, mas que não se perca o fio da meada, pq Serra vai mandar os outros fazerem o serviço sujo enquanto posa de bom moço!

Vamos á Luta, O câncer neoliberal não pode voltar a atacar o Brasil!

Unknown disse...

MNOMENTO DE DECISÃO

A Luta continua e lutaremos sempre.
Houve abstenção significativa, temos de cuidar o fornecimento de Carteiras de Identidade e Títulos de Eleitor, e principalmente temos de tomar a iniciativa e entender com Marina pelo momento de Responsabilidade.
Marina falou contra as Privatizações o que pode ser o elemento a unir.
Não temos de esperar ver como vai ficar, entender faz parte da luta agora com humildade cuidar mais um pouco da História do Brasil, não podemos retrocefer.
Toda humildade, garra e entendimento.
Abração Amigo para todos.

Zé Augusto disse...

Luis Rodrigues ...
Grupos religiosos organizados também são movimentos sociais da sociedade organizada. Eles também são representativos. Olhar diferente é uma forma de elitismo. É preciso dialogar de forma franca, aberta e com disposição para ouvir, além de falar, com todos os setores da sociedade.

Hélio disse...

As pessoas com quem falei ; frentista do posto, empacotador do
S.Mercado,balconista da farmácia, e na fila da lotérica(mega-sena
acumulada), me responderam que não votariam na Dilma porque…
” não gosto do PT “.

Os dirigentes do PT, tem que fazer um trabalho de Marketing “pessoal”
pois, o Lula descolou do PT.

Quem tem 80% de aprovação popular, é o Lula e não o PT.

Essas coligações, com o PMDB, que tem mais visibilidade para o
eleitor, ‘escondeu’ o PT e suas realizações.

Talvez o próprio Lula deva encampar o trabalho de marketing “pessoal” do PT.

Claudinete Sergipe disse...

Estou decepcionada com a minha igreja (católica) pela campanha contra a Dilma. Mesmo Dilma, e Lula, reafirmando ser favorável a vida e a família - perante católicos e evangélicos - a igreja continuou uma campanha impiedosa contra a Dilma, distribuindo inclusive uma "Nota da Comissão Episcopal Representativa do Conselho Episcopal Regional Sul 1 - CNBB" e no domingo (3) o padre Marcelo Rossi a propagou através da missa televisiva. Uma covardia, um acinte a boa fé do povo brasileiro que na sua grande maioria é católico. Eu não vejo está mesma eficiência na Igreja com relação ao combate à drogas, às famílias que passam fome, ao crime, à falta de moradia, à violência, e mesmo ao combate a pedofilia e ao homossexualismo dentro da própria Igreja. Lamentavelmente essa atitude da igreja católica com relação à candidata Dilma. Como sei que DEUS e CRISTO estão acima das instituições (igrejas) farei da minha Casa a minha própria Igreja para evocar e estar sempre em comunhão com o Criador, deixando, portanto, de frequentar a instituição igreja.

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