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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Brasil é líder em pesquisa e inovação na AL, diz BID

O Brasil é, de longe, o país com melhor desempenho em inovação, pesquisa e desenvolvimento entre as nações da América Latina, mas, como elas, está bem abaixo dos outros emergentes, como China, Índia e Coreia do Sul, segundo estudo recém-divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Um dos maiores desafios brasileiros é capacitar empresas e governos estaduais a aproveitar os programas de apoio criados pelo governo federal, disse a chefe da divisão de ciência e tecnologia do banco, Flora Montealegre Painter. Ela abre hoje, em Brasília, seminário com representantes estaduais sobre inovação.

"O Brasil tem muitíssimos instrumentos de apoio à pesquisa e tecnologia para inovação, em nível federal", saudou a executiva. "O que se necessita realmente é apoiar o fortalecimento das instituições regionais e estaduais." O BID estuda oferecer linhas de crédito para fortalecer programas de inovação e desenvolvimento tecnológico em diferentes Estados. Projetos-pilotos vêm sendo desenvolvido pelo banco com os governos de Alagoas, Paraíba, Minas Gerais e Santa Catarina.

"Estamos em uma etapa de exploração", comentou a executiva. O projeto, com US$ 1 milhão aproximadamente em recursos do BID e quase US$ 5 milhões no total, deve detalhar a atuação e ligações de empresas, governos e instituições em projetos de inovação. Os resultados devem orientar a criação de uma linha de crédito do BID para o setor, adianta Flora Painter.

Em reunião ontem em Brasília, responsáveis pelos programas estaduais de inovação comentaram as dificuldades de pequenas e médias empresas para qualificar-se a receber os incentivos disponíveis no país de instituições federais como o BNDES e a Finep. Uma das linhas de trabalho a serem adotadas pelos governos e instituições multilaterais pode ser a de programas de orientação e qualificação desses empresários, disse a executiva do BID.

O relatório recém-divulgado, "O Imperativo da Inovação", preparado originalmente para a reunião dos chefes de Estado da União Europeia e da América Latina e Caribe, realizado em Madri, em maio, mostra que, no período entre 1997 e 2007, enquanto o investimento em inovação dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cresceu de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,3%, nos países da América latina e Caribe, esse percentual cresceu de apenas 0,52% para 0,67%. Apesar do crescimento modesto, o Brasil teve papel importante, segundo o BID: foi responsável por 60% dos gastos em pesquisa e desenvolvimento em 2007.

Embora o Brasil se destaque como o país com maior parcela do PIB destinada a investimentos em inovação, esse percentual ainda era pequeno, de 1,11% do PIB em 2007, bem abaixo dos alcançados em países emergentes como a Coreia do Sul, que investiu quase 3,4% do PIB em pesquisa e desenvolvimento no mesmo ano. A China, segundo o BID, investiu perto de 1,5% do PIB, mas chama a atenção pela velocidade com que aumentou seu percentual de investimentos em inovação: partiu de patamares inferiores dos alcançados pelo Brasil em 1997.

Ressalvada a distância que ainda separa o Brasil dos países asiáticos, por exemplo, o Brasil é apresentado, ao lado de países como o Chile e, em alguns casos, México e Argentina, como o melhor exemplo de avanço no setor. Na América Latina, em geral, há menos pesquisa aplicada, geradora de inovação produtiva, que em países mais avançados. Na região, enquanto os pesquisadores em engenharia e tecnologia representam entre 10% a 30% do total, países como Japão ou Coreia do Sul têm 60%.

O Brasil é citado, ainda, como exemplo na constituição de fundos setoriais, na bem sucedida articulação entre pesquisas e produção agrícola e na variedade de instrumentos de apoio a inovação. A falta de relação entre o que é pesquisado nas universidades e as empresas é um dos principais desafios do país, como em toda a região, diz a executiva do BID.Valor Econômico

1 Comentários:

João Paulo Ferreira de Assis disse...

O Brasil precisa definir três carreiras estratégicas: professor de educação básica, militar das forças armadas e cientista, com todas as prerrogativas salariais.

É bom que se leve esta ideia ao comitê da Dilma.

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