Pages

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lula na ofensiva pelo diálogo com o Irã

O presidente Lula intensificou os esforços para impedir sanções contra o o Irã e buscar o apoio da comunidade internacional para o acordo de troca de combustível acertado segunda-feira por Brasil e Turquia com o Irã.

Em discurso no encerramento da Marcha dos Prefeitos quinta-feira, Lula voltou a defender o diálogo e criticou os países que insistem em medidas punitivas:

– Há quantos anos vocês ouvem essa briga entre Estados Unidos e Irã? Eles queriam colocar o Irã na mesa para negociar, para que assumisse compromisso com a agência nuclear. Fomos ao Irã e conseguimos, depois de 18 horas de reunião e duas viagens do Celso Amorim, aquilo que o Conselho de Segurança queria que fosse feito há seis meses... É muito engraçado porque algumas pessoas não gostaram. Tem gente que não sabe fazer política se não tiver um inimigo, e sou daqueles que só sei fazer política construindo amigos.

Lula e o primeiro-ministro turco Recep Erdogan reforçarão sua posição em favor do diálogo na próxima semana, durante uma visita de Erdogan ao Brasil, onde participa quinta-feira do 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, no Rio de Janeiro. O programa nuclear iraniano deve predominar nas discussões, segundo diplomatas.

– A verdade nua e crua é a seguinte: o Irã, que era vendido como se fosse o demônio e que não queria negociar, resolveu sentar na mesa de negociação. Eu quero ver se os outros vão cumprir aquilo que pediam ao Irã – desafiou o presidente.

Lula voltou a atacar as críticas recebidas no Brasil de que o país não teria motivos para entrar nas discussões sobre o Irã e comparou o seu jeito de fazer política com o de outros países:

– Nós demos uma contribuição ao multilateralismo que deveria ser levada em conta. Esse é o jeito de o Brasil fazer as coisas – disse.

Rússia sinaliza apoio ao acordo Irã-Turquia mediado pelo Brasil

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse que seu governo pretende abrir espaço ao diálogo antes da adoção de eventuais sanções econômicas contra o Irã.

– Queremos ver o Irã honrar claramente seus compromissos e enviar o mais rapidamente possível um manifesto oficial por escrito à AIEA, de modo que um procedimento de troca de combustível possa ser homologado pela Agência – disse Lavrov, em visita a Roma. Leia mais aqui.

1 Comentários:

Unknown disse...

Os EUA sabotam a paz

O acordo com o Irã é uma vitória histórica da diplomacia brasileira, quaisquer que sejam seus desdobramentos. A mídia oposicionista sempre repetirá os jargões colonizados de sua antiga revolta contra o destaque internacional de Lula.
O governo de Barack Obama atua nos bastidores para destruir essa conquista. É uma questão de prestígio pessoal para Obama e Hillary Clinton, que foram desafiados pela teimosia de Lula. Mas trata-se também de uma necessidade estratégica: num planeta multipolarizado e estável, com vários focos de influência, Washington perde poder. E a arrogante independência do brasileiro não pode se transformar num exemplo para que outros líderes regionais dispensem a tutela da Casa Branca.
Em outras palavras, a paz não interessa aos EUA. E, convenhamos, ninguém leva a sério os discursos pacifistas do maior agressor militar do planeta. Será fácil para os EUA bloquear a iniciativa brasileira, utilizando a submissão das potências aliadas na ONU ou atiçando os muitos radicais de variadas bandeiras, ávidos por um punhado de dólares. Mas alguma coisa rachou na hegemonia estadunidense, que já não era lá essas coisas.

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração