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sábado, 17 de abril de 2010

Auditar o Datafolha é armadilha contra Dilma

Quando o PSDB entrou no TSE contra o instituto Sensus, piscou. Mostrou insegurança, pavor e medo. Conferem excessiva importância às pesquisas, que não tem lá essa importância toda.

Será que vale a pena o PT imitar o que o PSDB fez no Instituto Sensus, e recorrer contra o Datafolha?

Sou capaz de apostar que, se vasculharem o Datafolha, de cabo a rabo, não encontrarão propriamente nenhuma prova de fraude direta, porque o Datafolha sabe que a partir do momento que o Sensus foi contestado, poderá também receber o mesmo tratamento, principalmente porque seus números são os mais divergentes de todos os outros institutos.

Se o PT entra contra o Datafolha no TSE e não encontra nada tecnicamente irregular, o instituto se declarará como tendo recebido um atestado de "idoneidade" quando, na verdade, uma auditoria destas não garante nada de que a pesquisa não tenha sido previamente manipulada.

Existem várias formas de manipular uma pesquisa sem ser pego numa auditoria posterior.

Dá até para escolher em que números quer chegar previamente, e forjar meios para chegar bem próximo a ele, e o método é simples e à prova de contestação por auditorias, depois do malfeito.

Basta fazer mais questionários do que diz que faz. Se diz que entrevistou 2600 pessoas, pode fazer na realidade 5200 (por exemplo), e descartar a metade dos questionários "indesejáveis" para Serra.

Dessa forma nenhuma auditoria posterior pegará essa fraude.

O Datafolha faz pesquisa na rua, com transeuntes, que só informam telefone, cidade, bairro e rua em que moram, sem informar o número.

Não faz pesquisa domiciliar. Se queimar metade dos questionários "indesejáveis" e manter só os "desejáveis", uma auditoria vai analisar as planilhas, confrontar com questionários existentes (os "desejáveis" que ficaram à disposição) e chegará exatamente aos números finais da pesquisa.

Pesquisa domiciliar continua possível de fraudar. Mas se o roteiro de domicílios a serem pesquisados for registrado previamente à pesquisa (não divulgado previamente, mas registrado em órgão independente), é mais difícil de manipular, pois é possível auditar nos próprios domicílios.

Pesquisa de rua, como faz o Datafolha, é impossível de reconstituir para auditar.

O que o PT deve fazer então? Exigir mais transparência dos institutos em vez de improdutivas auditorias. Mas isso já é assunto para outra nota.

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