De cada 4 eleitores, 3 ainda não citam espontaneamente um candidato a presidente elegível. Indagados pelo Ibope, 42% não souberam dizer o nome de um presidenciável sem ver antes a cartela com os candidatos. Outros 23% responderam Lula (que é inelegível), 10% declararam intenção de anular ou votar em branco e 1% citaram nomes que não estão na disputa. Resultado: só 24% dos eleitores têm candidato na ponta da língua.
Esse cenário captado pelo Ibope antes do Carnaval é igual ao que o Sensus tinha detectado em novembro. Moral da história: o eleitor ainda não está pensando para valer na sucessão presidencial. Seja porque não considera isso importante agora, seja porque não se entusiasma com nenhum dos candidatos.
Por isso, as variações de intenção de voto registradas na pesquisa estimulada, quando o pesquisador impõe um problema ao eleitor, devem ser vistas com cautela. Elas podem ser reflexo, por exemplo, da intensa exposição à mídia de Dilma Roussef (PT) nas últimas semanas. É cedo para afirmar que o crescimento da candidata de Lula é baseado em uma decisão firme dos 25% que escolheram seu nome na cartela.
Na espontânea, Dilma e José Serra (PSDB) se equivalem: 9% de citações da petista contra 10% do tucano. Marina Silva (PV) e Ciro Gomes (PSB) tiveram 1% de citações cada. Somam-se ainda 3% de menções a Aécio Neves (PSDB), que, formalmente, renunciou à sucessão presidencial, mas é um estepe de Serra.
Pode ser que a partir do congresso do PT neste fim-de-semana o cenário comece a mudar, com o noticiário político ganhando mais espaço nos meios de comunicação. A Copa do Mundo no meio da campanha, porém, pode desviar a atenção do eleitor. Apenas 22% disseram ao Ibope estar muito interessados na eleição presidencial, contra 47% que declararam pouco ou nenhum interesse.
Nesse ritmo, só um fato inesperado, como um escândalo de grandes proporções ou uma nova crise econômica, provocaria mudanças dramáticas no quadro. Escorada pela popularidade do governo, Dilma tende a crescer e se aproximar de Serra, reforçando a polarização da corrida entre PT e PSDB.
É mais do mesmo, uma disputa partidária que o eleitorado assiste desde 1994, a cada quatro anos. Isso também não ajuda a aumentar o ibope da eleição.
A pesquisa, encomendada pelo Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo, foi feita pelo Ibope entre 6 e 9 de fevereiro. Ouviu 2002 eleitores de 16 anos ou mais em 144 cidades de todas as regiões do Brasil. Se repetida 100 vezes, em 95 delas os resultados deveriam oscilar dentro de uma margem de erro máxima de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.(Enviado pelo leitor Celso do Estadão)
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