O Banco do Brasil (BB) voltou a ser a maior instituição financeira do país e ultrapassou o Itaú Unibanco.
Com a fusão do Itaú e o Unibanco, o BB havia perdido a liderança entre os bancos brasileiros.
Contribuiu para o resultado o crescimento de 32,8 por cento na carteira de crédito em 12 meses, bem acima da expansão média de 19,7 por cento do sistema financeiro.
Enquanto os bancos privados restringiram crédito, o BB ampliou. Além disso o Banco do Brasil passou a oferecer linhas de crédito com taxas de juros bem menor do que os bancos privados à clientela (reduziu o spread bancário).
Foi a primeira mostra mensurável da pressão do governo federal de usar os bancos públicos como instrumento para baixar a taxa de juros do sistema, iniciativa apontada como detonadora da tumultuada troca de comando do BB, em abril.
O oráculo de Miriam Leitão não cumpriu a profecia
Mesmo com o aumento do crédito em plena crise, o índice de inadimplência do banco, embora tenha crescido de 2,5 para 3,3 por cento em 12 meses, ficou bem abaixo da média de seus principais rivais, contrariando as previsões de colunistas como Miriam Leitão. O índice do Bradesco, que restringiu crédito, ficou em 4,6 por cento.
Clientela troca bancos privados pelo BB e CEF, atraídos pelos juros mais baixos, prazos maiores, e menor restrição de crédito
Taxas melhores e facilidades de crédito levaram empresas e pessoas físicas a trocarem bancos privados pelo BB e CEF.
O aumento da clientela, aumentou os lucros.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é bom que os bancos privados sigam os públicos, pois senão vão perder mais mercado, já que o banco público obteve esse resultado reduzindo as taxas de juros e elevando o volume de crédito. "Eles devem seguir o exemplo senão vão comer poeira", disse.
Mantega afirmou ainda que "não há irresponsabilidade sendo cometida e [o resultado] se dá com padrões de eficiência. É uma lição para os bancos privados”.
Analistas receberam os resultados do BB com elogios:
"A qualidade dos ativos (do BB) foi mais resiliente que a apresentada por seus concorrentes", disse em relatório o Bank of América Merrill Lynch, ao elevar o preço-alvo das ações do banco estatal.
"O resultado do BB veio acima das expectativas", fez coro a corretora Ativa, também em relatório.
Na bolsa de valores paulista, a ação do BB subia 2,58 por cento, no fim da tarde, também contrariando as previsões de Miriam Leitão.
Cuidado: o PIG pode fazer mal ao bolso
No início do ano, quando Mantega trocou o presidente do BB para praticar juros mais baixos, Miriam Leitão disse que iria prejudicar os acionistas. Quem investe em ações e seguiu a cabeça da colunista do Globo, perdeu dinheiro tanto nos dividendos (lucro), como no patrimônio (valorização das ações).
Números
Segundo o balanço do BB divulgado hoje, no segundo trimestre deste ano, os ativos totais foram R$ 598,839 bilhões (R$ 2,5 bilhões a mais que o Itaú), com crescimento de 43,9% em 12 meses.
No primeiro semestre de 2009, o Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 4,014 bilhões. Se forem desconsiderados os efeitos extraordinários, o lucro recorrente chegou a R$ 3,3 bilhões de janeiro a junho, montante 7,5% superior ao observado no mesmo período de 2008.
Apenas no segundo trimestre, o lucro líquido atingiu R$ 2,348 bilhões, crescimento de 41% em relação ao do período de janeiro a março deste ano e de 42,8% sobre o do mesmo período do ano anterior.
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