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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Os senadores do PT não podem se tornar os novos aloprados

A senadora Marina Silva disse: "... ninguém quer demonizar o presidente Sarney e acredita que PT e PSDB são os partidos com maiores condições de promover essa reforma no Senado, para dar uma reposta à sociedade..."

Pelo amor de Deus, Senadora Marina Silva!!!

A Senadora está errada. Não há como moralizar o senado com essa bancada do PSDB. Basta olhar os nomes:

Alvaro Dias (PR)
Arthur Virgílio (AM)
Cícero Lucena (PB)
Eduardo Azeredo (MG)
Flexa Ribeiro (PA)
João Tenório (AL)
Lúcia Vânia (GO)
Marconi Perillo (GO)
Mário Couto (PA)
Marisa Serrano (MS)
Papaléo Paes (AP)
Sérgio Guerra (PE)
Tasso Jereissati (CE)

A Senadora Marina Silva é da parte boa do Senado, não pode se misturar a essa gente da bancada tucana.

Essa bancada tucana é a que faz a CPI da PetrobraX e não faz a CPI da lavagem de dinheiro da ALSTOM.

Essa bancada tucana teve controle do Senado no governo FHC, época em que Agaciel Maia foi criado e se criou dentro do Senado.

E essa bancada tucana nunca moveu uma palha para moralizar o Senado. Pelo contrário, violaram painel de votação, impediram todas as CPI's que poderiam incomodar FHC. Blindaram a corrupção no próprio Senado e no governo de FHC.

Será que é tão difícil de entender que o que o acontece no Senado é a velha prática do uso da máquina pública para os coronéis do DEMos e do PSDB manterem seu poder e se elegerem e reelegerem corrompendo o próprio sistema eleitoral com poder econômico às custas do próprio Senado?

A bancada do PT são os mocinhos dessa história no Senado, no entanto estão se comportando como se fossem bandidos, tendo que se explicar pelo roubo dos outros, por não saberem dar respostas POLÍTICAS à altura.

A resposta POLÍTICA é simples: não se trata de defender Sarney, se trata de defender a Presidência do Senado para a base governista.

Se trata de não trair o eleitorado, entregando a trincheira do Senado para servir à políticas neoliberais dos tucanos (lembrem-se que foi a minoria de pouco mais de 1/3 do Senado que derrubou a CPMF), e para paralizar o governo do PT de Lula, e o PAC.

Os senadores do PT não são os responsáveis pelos desmandos desse Senado que está aí. A maior parte da bancada da oposição foi eleita ainda em 2002 (muitos da base governista de hoje, eram oposição até 2004, 2005 ou 2006). Estão cumprindo mandato de 8 anos, mas representam o sentimento que o eleitor tinha 2002, sem qualquer revisão há 7 anos.

Se o Senado tivesse sido todo renovado em 2006, Arthur Virgilio, José Agripino, Heráclito Fortes, e outros já estariam encostados, recebendo jeton no conselho de administração da SABESP de José Serra.

O PT, junto com o PCdoB, PSB e PDT, incluindo o PSOL, não tem número para formar maioria e impor a reforma do Senado dos sonhos.

Sem o PMDB, o PT se tornará um grande aloprado dentro do Senado, tal qual o PSOL, quando serviu de força auxiliar para o neoliberais derrubarem a CPMF.

Formar maioria no Senado junto ao PSDB e ao DEMos é suicídio político, simplesmente porque o PT sequer é a segunda maior bancada, depois do PMDB.

A bancada do PT é menor do que a do PSDB e menor ainda do que a DEMos, então quem mandaria nessa "coligação" seria o PSDB. E os tucanos continuarão se aliando ao DEMos contra o PT no Senado.

Os tucanos do Senado não tem sequer cumprido acordos. Agem com traição, contra as regras de um duelo político honrado. Empenham a palavra e não cumprem (como no caso da leitura da CPI da PetrobraX sem esperar a reunião de líderes). Mentem e conspiram de forma suja como no "dossiê" do Álvaro Dias contra Dilma.

Os limites da bancada do PT no Senado é uma imposição da realidade: só dá para fazer a reforma do Senado dentro do possível agora, pressionando o PMDB ao lado da opinião pública, mas ficando aliado de forma programática e ficando com o bônus da parte possível de moralizar no Senado agora.
Do contrário, entregará à Perillo o bônus das reformas moralizantes que o próprio PMDB já começou a fazer, e o PT ficará com ônus de ser saco de pancada na imprensa, como aquele que apoiava o "velho senado".

Em 2010, essa bancada do PT precisa ir com tudo às urnas, fazendo uma forte campanha dizendo que precisa do voto também na Câmara e no Senado para fazer maioria no Congresso para conseguir fazer a reforma política que o PSDB impediu, explicando ao eleitor o problema que é eleger um Congresso fisiológico, descasado com o voto no poder executivo.

Basta explicar as dificuldades que Lula teve que enfrentar no Senado, e as reformas política e tributária que foram sabotadas. As sabotagens dos demo-tucanos, os recursos que eles entraram no STF contra programas sociais, as tentativas de sabotagem ao PAC da Petrobras.

A entrevista de Tião Viana à Veja

Como era óbvio, a oposição fez um carnaval com a entrevista de Tião Viana à revista Veja.

Entrou para os anais do Senado em discursos de pelo menos 3 senadores da oposição que, cinicamente, ovacionaram Tião Viana, quando ao mesmo tempo, tentavam destruir a reputação de toda a bancada do PT e do governo do PT.

Sim... Lula é o governo do PT:
- que está implantando as políticas públicas que o PT formulou ao longo dos anos de existência...
- que a bancada do PT no Senado prometeu ao eleitor defender e implantá-las...
- que tem o dever de não entregar a trincheira do Senado para os neoliberais demo-tucanos impedirem de implantar as políticas sociais e projetos nacionais do PT, como a nacionalização do pré-sal.

Certamente esta entrevista será troféu de campanha do PSDB e DEMos a ser usado nas eleições de 2010, no próprio Acre, contra Tião Viana.

A tripudiação começou com MaraJarbas (Jarbas Vasconcelos - PMDB/PE) lendo um discurso (lendo mesmo), que parece ter sido escrito por FHC.

Levantou a bola para um incendiário discurso de Marisa Serrano (PSDB/MS).

Por fim, houve o discurso de Morazildo Cavalcanti (PTB/RR) analisando item a item as perguntas da Veja e respostas de Tião, com indisfarçável prazer, tal qual um Jack Estripador destrinchando sua vítima.

O único senador do PT que estava lá era Eduardo Suplicy. Fez um aparte correto e oportuno à MaraJarbas, dizendo que a bancada não foi enquadrada, e sim participou de uma reunião partidária onde cada qual expôs democraticamente sua posição e opinião, conjuntura, etc.

Jarbas retrucou, dizendo que o "enquadramento" estava descrito pela revista Veja ...

O Senador Suplicy não se atentou para o fato de Jarbas dizer, nas entrelinhas, que sua palavra vale menos do que a palavra da revista Veja. Merecia uma resposta veemente.

O discurso de Suplicy

Por fim, Suplicy subiu à tribuna para fazer seu discurso, e eu acredito nas boas intenções e sinceridade do Senador, mas não entendo como ele não enxerga o quanto está errada sua estratégia.

Governabilidade é o terceiro turno de uma eleição. Após o resultado das urnas, após o segundo turno, Governo e Oposição se recompõe em dois blocos, conforme os resultado das urnas que sua majestade, o eleitor, determinou.

As alianças se dão com quem o povo delegou mandato, não é com quem gostaria de se aliar. As alianças se dão entre diferentes, que precisam aparar as arestas e conviver, as vezes às turras.

Suplicy precisa agir como um soldado em missão, a serviço de seu eleitor, e não sob pressão do eleitor adversário, leitor da Veja, da Folha, da Globo e do Estadão.

Suplicy precisa defender a Presidência do Senado, como se defende um território, contra a invasão neoliberal e do "quanto pior, melhor" da bancada demo-tucana. Não se trata de defender a pessoa de Sarney.

Desvios de conduta de Senadores, corrupção, seja de quem for, que sejam encaminhados para as instâncias competentes, para o Ministério Público, e para o conselho de ética do Senado. A presidência do senado é um cargo POLÍTICO, e não meramente administrativo.

É esse discurso POLÍTICO com "P" maiúsculo da defesa dos avanços do governo do PT (de Lula) na trincheira do Senado, que Suplicy (e os demais senadores do PT) precisam fazer, em contraponto.

Não reduzir o mandato ao discurso rastaquera do "eu sou ético"... ou "eu não fui enquadrado", etc...

Essa pauta é da oposição que não tem discurso, não tem POLÍTICA nem com "P" maiúsculo nem com "p" minúsculo, e estão todos mais sujos do que pau de galinheiro, usando a imprensa para arrastar o PT para o pântano.

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