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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Arthur Virgílio, ao ter contas pagas por Agaciel, caiu na situação de Renan no ano passado

Quando políticos são pegos em flagrante delito, uns fazem bravatas outros choram, na tentativa de impressionar ou comover seus eleitores.

José Roberto Arruda quando flagrado violando o painel de votação secreta do Senado primeiro fez bravata. Não funcionou. Chorou no dia seguinte.

Arthur Virgílio está na fase da bravata.

Atira para todos os lados, mas não consegue explicar o fato de Agaciel Maia, o primo do senador Agripino Maia, pagar suas contas em Paris.

Neste caso ele caiu na mesma situação de Renan Calheiros quando foi acusado de ter contas de Mônica Veloso pagas por um funcionário de empreiteira. Espera-se que a mesma devassa feita sobre a vida de Renan, seja feita sobre Arthur Virgílio.

Virgílio chama de bandido Agaciel Maia. Mas o que dizer então de um senador que tem suas contas em Paris pagas por um "bandido" (nas palavras do próprio senador)?

Por mais bravatas que Virgílio faça, um empréstimo de US$ 10.000,00 é coisa de quem tem uma proximidade suficientemente grande.

Não adianta explicar que essa proximidade é triangulada por um assessor, pois o assessor recorreu à Agaciel quando precisou, e Agaciel tinha intimidade suficiente com o assessor de Virgílio, para emprestar de sua conta pessoal para o "amigo".

Virgílio quando acusa a administração do senado, comandada pelo primo de José Agripino Maia, de ser uma máfia, inclui, por tabela, nessa mesma panela seu assessor. E ao não demitir seu assessor, o próprio senador tucano se inclui nesta máfia.

Virgílio aponta seu dedo sujo para a lama dos outros, mas não faz faxina nenhuma em seu gabinete.

São trinta aspones no gabinete do senador, e mais 20 aspones na liderança do PSDB (onde Arthur Virgílio é o líder), totalizando 50 assessores.

Os 50 assessores estão publicados no portal da transparência:

MARISTELA SANTOS DE ALMEIDA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
PATRÍCIA SEIXAS ALVES (COMISSIONADO Gabinete do senador)
ALDERLANE RIBEIRO AQUINO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
FILOMENA AZEVEDO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
SILVANA LEDA SILVA BARBOSA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
MARIA JUSCIMAR ORANY CAMARGO (COMISSIONADO Liderança PSDB)
MARCOS DOS SANTOS CARMO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
JOÃO MAURÍCIO LAGO CECÍLIO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
MARIA TEREZA PINHEIRO CIDADE (COMISSIONADO Gabinete do senador)
LILIANA CAVALCANTE COSTA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
FREDERICO MARTINS ENGEL (COMISSIONADO Liderança PSDB)
CARMEN LUCIA DE SOUZA FAGUNDES (COMISSIONADO Gabinete do senador)
EVANDRO BEZERRA FREIRE (EFETIVO Liderança PSDB)
OSVALDINO DE OLIVEIRA FREITAS (COMISSIONADO Gabinete do senador)
MARIA FERNANDA M HOLANDA (EFETIVO Gabinete do senador)
SANDRA KOETZ IBIAPINA (COMISSIONADO Liderança PSDB)
LUIZ ANTÔNIO PINHEIRO DE LACERDA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
WALTER RODRIGUES DE LIMA JUNIOR (COMISSIONADO Liderança PSDB)
JOSETITO DUTRA LINDOSO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
CAROLINA MARIA P LINDOSO (EFETIVO Gabinete do senador)
EDISIO SOBREIRA G DE M FILHO (EFETIVO Gabinete do senador)
MANOEL VILELA DE MAGALHÃES (COMISSIONADO Gabinete do senador)
PAULO SÉRGIO VALENTE MARINS (EFETIVO Liderança PSDB)
ALEXANDRE MENDES MAZZONI (COMISSIONADO Liderança PSDB)
MARINEIDE LIMA MELO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
ANDRÉ RICARDO DE OLIVEIRA MONTEIRO (COMISSIONADO Liderança PSDB)
AILTON MENDES MOTA (COMISSIONADO Liderança PSDB)
MARCELO LIMA DO NASCIMENTO (COMISSIONADO Liderança PSDB)
LUANI SILVA DO NASCIMENTO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
GUARANY ALVES NINA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
CARLOS HOMERO VIEIRA NINA (EFETIVO Liderança PSDB)
LUCIA DE FÁTIMA BUCAR NUNES (EFETIVO Gabinete do senador)
ROBERTA ROMEIRO SIMÕES DE OLIVEIRA (COMISSIONADO Liderança PSDB)
CHRISTIANE PEIXOTO PRINCIVALLI (COMISSIONADO Liderança PSDB)
WALTER MARCIO VARGAS DE QUEIROZ (COMISSIONADO Liderança PSDB)
MARIA TERESA DA SILVA PORTO RAMOS (COMISSIONADO Liderança PSDB)
ARY CÍCERO DE MORAES RIBEIRO (COMISSIONADO Liderança PSDB)
ROSANGELA DOS SANTOS ROCHA (COMISSIONADO Liderança PSDB)
JOSÉ AFONSO CARREIRO DOS SANTOS (EFETIVO Gabinete do senador)
CARLOS ALBERTO BRITO DA SILVA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
EDIVANILSA DOMINGUES DA SILVA (COMISSIONADO Liderança PSDB)
ALEXANDRE MOREIRA DA SILVA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
MARIA OLIVEIRA DA SILVA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
MARCIA SEBASTIANA ALVES DE SOUSA (COMISSIONADO Liderança PSDB)
WALDO ALMEIDA DE SOUZA JÚNIOR (COMISSIONADO Liderança PSDB)
JACIRA MARIA ALVES DE SOUZA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
ECILA MONTEIRO DA GAMA E SOUZA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
ISAAC GONÇALVES DE SOUZA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
JOÃO ALBINO PEREIRA DE SOUZA (COMISSIONADO Gabinete do senador)
PAULO CÉSAR PINHEIRO DE SOUZA (COMISSIONADO Gabinete do senador)

O senador, falso moralista, precisa explicar onde trabalham cada um desses assessores e qual a função que desempenham, para fazerem jus ao dinheiro público que recebem. Quantos seriam fantasmas?

Nota-se que a família Nina e Lindoso estão "bem" representadas. Talvez haja parentesco entre Alves e Souzas também. Só o senador pode explicar se não estaria violando regras de nepotismo?

O nome completo do senador é Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto. Entre os assessores aparecem três com sobrenome Carmo ou Ribeiro:

ALDERLANE RIBEIRO AQUINO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
MARCOS DOS SANTOS CARMO (COMISSIONADO Gabinete do senador)
ARY CÍCERO DE MORAES RIBEIRO (COMISSIONADO Liderança PSDB)

Seria caso de nepotismo ou mera coincidência?

O senado está superfuturado há décadas. Sarney é um dos responsáveis por esse quadro, mas ao lado de quase todos os outros 80 senadores (se é que há exceção), que, em maior ou menor escala, cometeram os mesmos abusos.

O orçamento e quadro de pessoal vem aumentando ano a ano, acima da inflação, e todos os anos os senadores votam o orçamento da união designando as verbas para o senado e câmara, em acordos que contentam a todos eles, mesmo descontentando à todo o resto do Brasil.

Cada senador mantém sua "cota" de empreguismo direto e indireto (terceirizados), de abusos com verbas públicas, de indicação de fornecedores. Agaciel Maia se manteve no cargo esse tempo todo justamente porque sabia atender aos pedidos nada republicanos de cada senador, como o próprio "empréstimo" à Arthur Virgílio em Paris.

O senado virou assunto para ser resolvido pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, não se limitando a investigação apenas em Agaciel e Sarney, mas também às dezenas de senadores que sempre se beneficiaram do esquema, inclusive Arthur Virgílio.

Virgílio quer usar Sarney como bode expiatório para acalmar a opinião pública e esconder o que se passa em seu gabinete.
Mas sem afastar sequer um dos 50 assessores que Arthur Virgílio nomeia, é ofender a inteligência do cidadão, e não vai enganar ninguém.

Todos os senadores estão sob suspeita, e não tem a menor autoridade moral para investigarem uns aos outros. Tivessem vergonha, além da faxina em seus gabinetes, deveriam entregar voluntariamente seus sigilos bancários e fiscais à disposição do Ministério Público, incluindo parentes vinculados. Deveriam exigir o mesmo de seus assessores.

Por incrível que pareça, justamente Sarney foi quem chamou a Polícia Federal. E justamente os demo-tucanos que morrem de medo da Polícia Federal, foram os primeiros a quererem depor Sarney.

A auditoria da FGV recomendou demitir mais de 1.000 terceirizados. Isso desmonta parte da "base de apoio" de muitos senadores.

A própria bancada do PT capitulou e se rendeu ao medo do PIG (imprensa golpista), retirando apoio POLÍTICO à Sarney, com medo de desgaste em véspera do ano eleitoral.

De nada adiantará. A hora é de cada senador tomar vergonha (à força, por pressão popular) e fazer uma faxina em seus próprios gabinetes, demitindo fantasmas e assessores sem função, empregados apenas como moeda de troca de favores políticos, a ponto de fazer um corte brutal nos quase R$ 3 bilhões que apenas 81 senadores consomem do orçamento da união.

Ao povo, a boa luta não é a dos ingênuos que defendem a tese de que senadores "bonzinhos" restauram a moralidade, ou dos pragmáticos que defendem os menos piores.

O povo precisa começar a pensar grande. Se é para mobilizar que seja por um regime unicameral (sem senado, só com a Câmara). R$ 3 bilhões é dinheiro mal gasto demais com apenas 81 senadores.

Nada justifica dinheiro público no montante de R$ 723 mil ser gasto com uma pensionista do senado (a mãe de Arthur Virgílio), quando esse mesmo dinheiro deixa de ser empregado no SUS.

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