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sexta-feira, 12 de junho de 2009

A visita de Lula ao Cazaquistão pode resultar em acordos comerciais


A visita do Presidente Lula na semana que vem ao Cazaquistão, um dos maiores paises da Ásia Central, poderá resultar em acordos comerciais envolvendo minérios, aviões e produtos agrícolas, na expectativa de diplomatas.

A Vale, a única empresa brasileira instalada no país, revelou que avalia oportunidades de investimentos em níquel, fosfato, potássio e urânio. Já explora uma mina de cobre, em meio a corrida de empresas estrangeiras pelas enormes jazidas minerais do Cazaquistão.

Por sua vez, a Embraer, que já vendeu três jatos regionais para a companhia nacional, tem a promessa da compra de mais 12 aparelhos, em detrimento da concorrente Bombardier.

Na área agrícola, o Brasil quer exportar carne, enquanto o Cazaquistão quer vender trigo para o pais, sabendo que a Argentina é incapaz de garantir o suprimento prometido.

"Existe um potencial enorme de negócios entre o Brasil e o Cazaquistão", diz o embaixador brasileiro em Astana, Frederico Duque Estrada Meyer. Uma delegação de empresários acompanhará o presidente Lula na quarta-feira à capital casaque.

Um dos interesses fortes da Vale é no urânio. O Cazaquistão controla 20% das reservas mundiais do produto e quer tornar-se o principal produtor global em 2010, superando a Austrália e o Canadá.

A empresa nuclear estatal Kazatomprom tem acordos com várias companhias estrangeiras, incluindo China, Canadá, Japão e da França. Mas a situação atual é especialmente sensível, com o anúncio pelos serviços de segurança de que o ex-diretor da Kazatomprom, Moukhtar Djakichev, teria se apoderado ilegalmente de 60% das minas de urânio do pais através de uma rede de empresas offshore.

Na prisão desde fins de maio, Djakichev é acusado de ter assumido discretamente o controle de 200 mil toneladas de reservas de urânio, com valor estimado em dezenas de bilhões de dólares.

O detalhe é que todas as transações da Kazatomprom eram controladas pelas autoridades. Certos analistas estimam que os executivos pagam por vínculos com Rakhat Aliev, ex-genro do presidente Noursoultan Nazarbaiev, que foi condenado a 40 anos de prisão por mortes e tentativas de golpe de Estado.

Quando o escândalo surgiu, há duas semanas, o grupo canadense Uranium One perdeu mais de um terço de seu valor na bolsa.

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