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sexta-feira, 12 de junho de 2009

FMI elogia liderança do Brasil


O Fundo Monetário Internacional (FMI) saudou a "liderança" e o "compromisso" demonstrados pelo Brasil, que emprestará US$ 10 bilhões ao organismo, informou na quarta-feira seu diretor-gerente, Dominique Strauss-Kahn. "O Brasil reafirma mais uma vez a firmeza de seu papel como destacada economia emergente", afirmou Strauss-Kahn, em comunicado.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o empréstimo será efetuado por meio da aquisição de bônus do organismo. Com a decisão, o país exerce, pela primeira vez, o papel de financiador do fundo, já que, apesar de integrar o grupo dos 47 países credores, o Brasil ainda não havia feito empréstimos fora de sua cota (hoje de US$ 4,7 bilhões).

Segundo Mantega, os financiamentos ao FMI serão feitos pela compra de bônus, expressos em direitos especiais de saque, modalidade que já existia no fundo e foi recuperada pelo Brasil. É como se o Brasil desse um cheque de US$ 10 bilhões ao FMI, para ser usado em caso de emergência, e pelo qual o país recebe juros - a taxa ainda não foi definida. "É uma aplicação que o Brasil está fazendo para o FMI poder ajudar os países em crise, principalmente os emergentes", disse Mantega. Segundo ele, essa modalidade de empréstimos é distinta da cota e provisória - enquanto o FMI não faz a reforma de cotas de participação dos países, aumentando a do Brasil e dos demais emergentes.

A decisão foi acertada na noite de terça-feira com o Presidente Lula, e já havia sido combinada durante a reunião do G-20 financeiro, em abril. "As autoridades brasileiras mostraram grande capacidade de liderança em seu compromisso com o processo de reforma do FMI e a expansão de nossos recursos, e me dá satisfação o fato de o Brasil mostrar claramente seu forte apoio ao sistema econômico e financeiro internacional", disse Strauss-Kahn.

Os US$ 10 bilhões serão provenientes das reservas internacionais, estimadas em US$ 200 bilhões, segundo números do Banco Central. As reservas permanecem inalteradas, uma vez que o Brasil apenas muda o tipo de aplicação. Em vez de aplicá-las em títulos do governo americano, investiria no FMI.

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