O Brasil vai reforçar em US$ 5 bilhões as reservas internacionais da Argentina por meio do mecanismo de troca (swap) de moedas, anunciaram representantes dos dois governos. A notícia foi divulgada pelo assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, ao jornal "Clarín" sexta-feira. No sábado foi confirmada pelo chefe de Gabinete da presidência argentina, Sergio Massa.
O swap de reservas é uma operação pela qual cada parte toma recursos em moeda do outro, entregando sua própria moeda em troca. A operação será feita por meio dos bancos centrais e segue o modelo adotado pela Reserva Federal (o BC americano) quando ofereceu US$ 30 bilhões ao Brasil e ao México no ano passado, no começo da crise financeira internacional. Em março, o Banco Central da Argentina (BCRA) fez com a China um acordo idêntico, em que Banco Popular (Banco Central) chinês disponibilizou recursos equivalentes a US$ 10 bilhões em yuans.
Trata-se de uma "operação contingente", ou seja, as transações se realizam somente se necessário. Para a Argentina representa um reforço da posição financeira do BCRA para controlar a oscilação do peso frente ao dólar, embora os recursos não se somem às reservas. A posição oficial das reservas internacionais do país está há meses estabilizada em US$ 46,5 bilhões e o BC argentino tem mantido o câmbio em 3,70 pesos por dólar com enorme esforço devido à forte saída de capitais do país devido ao complicado cenário político com a aproximação das eleições legislativas de 28 de junho.
Segundo Sergio Massa, o swap com o Brasil foi acertado entre a presidente Cristina Kirchner e o Presidente Lula durante o último encontro oficial bilateral no fim de abril. Este é o segundo reforço financeiro do Brasil para Argentina este ano. Em abril, na mesma reunião entre Lula e Cristina, ficou acertada uma ampliação de US$ 120 milhões para US$ 1,5 bilhão do limite de operações de comércio exterior bilateral garantidas pelo Convênio de Crédito Recíproco (CCR).
O objetivo é incrementar o comércio bilateral que caiu pela metade no começo deste ano, embora já tenha começado a se recuperar. A Argentina vem levantando cada dia mais barreiras às importações, independentemente da origem. A última cartada dos vizinhos é a exigência aos importadores de que exportem um dólar para cada dólar que pretendem importar. Em entrevista ao jornal "Página 12" publicada neste domingo, a ministra da Produção, Débora Giorgi disse que as barreiras e a forte redução das importações fazem parte da política do governo Cristina Kirchner de "industrialização com substituição de importações".
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