O presidente do PDT da Praia Grande(São Paulo), José Ronaldo Alves de Sales, admitiu ter participado de esquema de compra de votos nas eleições municipais de outubro que elegeram o prefeito Roberto Francisco dos Santos (PSDB), cuja campanha coordenou. Sales afirma que decidiu denunciar o esquema ao Ministério Público porque cansou de ser acusado pelos parceiros de campanha de que se apropriou de R$ 50 mil destinados à compra de eleitores, bem como do fato de o PSDB não ter designado uma secretaria ao PDT, como lhe fora prometido.
Sales se dirigiu ao Ministério Público Estadual (MPE) ontem, dez dias depois de a Polícia Civil ter instaurado inquérito para investigar a colocação de uma escuta telefônica no gabinete do prefeito do PSDB. O pedetista afirma que relatou todo o esquema à promotora Ana Maria Molinari, que disponibilizou escolta para protegê-lo. De acordo com a assessoria de imprensa do MPE, a procuradoria vai instaurar procedimento para apurar compra de votos.
Entre os participantes do esquema, além do prefeito eleito, Sales cita o ex-prefeito da Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), o candidato a vereador André Yamauti (PPS) e o empresário Édis Vedovatti, proprietário da DNA Alumínio. "Na madrugada de sábado (véspera das eleições), eu fui na DNA e peguei R$ 80 mil em dinheiro, dentro de envelopes, e fui entregar para os coordenadores que fariam o pagamento no domingo para a compra de votos", explica Sales, afirmando que havia 30 coordenadores recrutados por ele mesmo e que cada um deles possuía listagem com cerca de 40 nomes de eleitores que receberam R$ 50 para votar na dobradinha Roberto Francisco/André Yamauti. Roberto Francisco foi eleito, porém Yamauti, que tentava a reeleição, não foi eleito por uma diferença de 60 votos.
Segundo Sales, a sua revolta foi ter sido acusado de ter recebido R$ 130 mil e distribuído apenas R$ 80 mil. "O Roberto Francisco, depois de eleito, veio me dizer que ele tinha dado R$ 50 mil para o André. Na minha mão, no processo de compra de voto entre Roberto e André chegou R$ 80 mil cadastrados em listagem", afirmou, completando que está resguardado de provas e possui as listas dos coordenadores da campanha.
"Mesmo sabendo que tem uma parte de culpa minha nesse processo que intermediei a compra de voto, eu montei tudo isso porque houve essa acusação de que eu fiquei com esse valor, de que usei esse dinheiro a meu favor, e não fiz isso. Eu acho que falar a verdade não merece castigo e se eu tiver que pagar por alguma coisa, estou à disposição da Justiça", completou.
Defesa
A assessoria de imprensa do prefeito Roberto Francisco(PSDB) divulgou que quanto a esta e a outras denúncias sobre possível compra de votos, o prefeito Roberto Francisco está "tranquilo e confia na Justiça. No caso, o MP de S.Paulo
O empresário Édis Vedovatti afirmou que está com a consciência tranquila e que "acima de tudo existe Deus". -Agência Estado
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