O juiz federal Ali Mazloum recebeu nesta segunda-feira a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e instaurou processo contra o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz. Ele responderá por violação do sigilo funcional e fraude processual na condução da Operação Satiagraha.
Além do delegado, será processado também o escrivão Amadeu Ranieri Bellomustu. Em seu despacho, Mazloum afirma que "existem indícios suficientes de crime e provas de sua autoria". Protógenes não foi encontrado para comentar o assunto.
Segundo o MPF, Protógenes convidou um produtor da Rede Globo para fazer a gravação em vídeo de um dos encontros ocorridos em São Paulo durante uma ação controlada autorizada judicialmente. Nesta ocasião, foram registradas as ofertas de suborno de dois emissários do banqueiro Daniel Dantas aos delegados da PF que atuavam no caso. O dono do Banco Opportunity foi condenado pelo juiz Fausto de Sanctis, da Justiça Federal, por corrupção ativa neste episódio.
Para os procuradores, Protógenes cometeu um crime ao passar as informações sigilosas, pois colocou a operação em risco, tendo em vista que o jornalista poderia divulgar as imagens antes da deflagração da Satiagraha.
A fraude processual, conforme a avaliação do MPF, ocorreu durante o tratamento dado pela PF à fita. O escrivão da PF Amadeu Ranieri, da equipe de Protógenes, segundo depoimento que prestou à PF, editou a gravação, que foi anexada por seu superior no procedimento sigiloso. Foram suprimidas da edição feita pelo policial as imagens em que apareciam o produtor e o cinegrafista, durante a execução da reportagem. O MPF entendeu que a prova foi alterada para que não se soubesse que a gravação foi feita pela Rede Globo.
A denúncia também aponta que houve vazamento na operação durante a gravação do momento em que alguns investigados eram presos, como ocorreu com o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
O MPF ressaltou que os jornalistas da emissora não cometeram crime ao registrar a cena solicitada por Protógenes. Terra
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