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terça-feira, 5 de maio de 2009

Google notícias e o pensamento único neo-conservador

Ontem a agenda do presidente do STF, Gilmar Mendes, apontava:

16h - Recebe o diretor-geral do Google para a América Latina, Alexandre Hohagen, o diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da empresa, Ivo da Motta Azevedo Corrêa, e o diretor de Comunicação da Google, Felix Ximenes. Local: Gabinete da Presidência

O quê diretores de corporações como o Google vão fazer na presidência do STF? A princípio não há nada de errado, mas é estranho que a Suprema Corte se dedique a esse tipo de encontro.

Algo mais estranho aconteceu com o "Google News", sistema de busca que localiza apenas notícias.

Recentemente, começou a indexar artigos do site "guru" das comunidades de extrema-direita, o Mídia Sem Máscara (MSM), de Olavo de Carvalho.

Nada contra a diversidade, é natural que existam publicações de direita e de extrema-direita, em regimes democráticos.

Mas o problema é que outros sites melhores organizados editorialmente, de esquerda, como a Agência Carta Maior, não aparecem no "Google News".

Segundo o Google, o serviço de indexação de notícias inclui apenas artigos de fontes que possam ser consideradas organizações editoriais, normalmente caracterizadas pela presença de vários escritores e editores, existência de informações sobre a organização e dados para contato.

A Agência Carta Maior atende a todos esses requisitos. Publica o expediente, com os editores responsáveis, com telefone de contato e até razão social de pessoa jurídica.

Já o Mídia Sem Máscara, tem apenas a identificação dos editores e colaborados, além de um formulário de contato, sem telefone, sem endereço, sem razão social. É questionável se os critérios exigidos de "existência de informações sobre a organização e dados para contato" estejam plenamente atendidos.

O ruim deste desequilíbrio é que a imprensa corporativa, que é indexada no Google Notícias, pratica quase que o pensamento único, conservador e elitista.

Se incluir publicações alternativas de direita como o Mídia Sem Máscara, e excluir publicações com linhas editoriais progressistas, à esquerda, onde fica a diversidade?

O Google News deveria indexar também o Jornal Hora do Povo, a Agência Carta Maior, o Fazendo Média, revistas como Fórum, Retrato do Brasil, Carta Capital, e outros, para restabelecer a diversidade.

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