A China está salvando as exportações brasileiras em meio à recessão global. Em março, pela primeira vez o país foi o principal destino dos produtos nacionais, desbancando a liderança histórica dos Estados Unidos. As exportações para China no primeiro trimestre cresceram 62,67% em valor e 41,47% em quantidade na comparação com o mesmo período de 2008.
Os principais beneficiados foram os produtores de soja, celulose minério de ferro e petróleo. Essas quatro commodities respondem por 76,6% da receita de exportações brasileiras para o país, aponta a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).
“No pior dos mundos, o Brasil está melhor”, afirma Miguel Daoud, economista-chefe da consultoria Global Financial Advisor e especialista em China. Com a crise global, o governo chinês decidiu injetar quase US$ 600 bilhões na economia. O objetivo é estimular os negócios e mudar o modelo de economia exportadora para outro, voltado para o mercado interno. Esse pacote já começou a fazer efeito, com repercussões diretas no Brasil.
O salto chinês nas compras do Brasil chama ainda mais atenção pelo fato de as exportações brasileiras terem registrado no primeiro trimestre do ano um recuo de mais de 19% em relação ao mesmo período de 2008. As importações também caíram, mas um pouco mais: 21,6%. Apesar das quedas, a balança comercial brasileira registrou superávit de 9% no trimestre.
Estrela do comércio exterior, a China importou US$ 3,395 bilhões do Brasil no primeiro trimestre e foi praticamente o único país que ampliou significativamente as compras de produtos brasileiros, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A China respondeu por 47% das exportações para a Ásia, que ultrapassou a América Latina como bloco comercial no primeiro trimestre, segundo o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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