O ato de Tarso Genro foi mais que um ato de direito legitimo e soberania. De justiça. Foi de coragem num mundo de covardes.
Um contraponto a tanta subserviência aos donos.
É preciso ser defendido de todas as formas, todo cuidado é pouco nesse trabalho. O inimigo é solerte como os nazi/sionistas. Não tem escrúpulos. Faz parte da guerra para a defesa da democracia contra os “democratas” que consideram a asfixia um método legítimo de interrogatório.
No Brasil estão – no mundo político – nos abrigos chamados tucanos e DEMocratas.
Em 1º de abril de 1964 um grupo de generais brasileiros destituiu o presidente constitucional do País, João Goulart, a pretexto de garantir a “democracia”. Sob o comando político do embaixador dos EUA, Lincoln Gordon e sob comando militar do general Vernon Walthers, adido militar norte-americano no Brasil. E a IV Frota nas costas brasileiras pronta para intervir em caso de necessidade.
Instalou-se uma cruel e sanguinária ditadura militar onde centenas de brasileiros foram assassinados em porões de quartéis, torturados, submetidos a toda a sorte de humilhações possíveis, sem falar num expressivo número de oficiais e praças expulsos das Forças Armadas por serem legalistas.
Àquela época causava polêmica a encíclica papal Mater et Magistra onde João XXIII indicava que esgotados os recursos pacíficos para a conquista da democracia no seu sentido pleno e lato, a luta armada era válida.
Todos os que resistiram ao golpe militar ou tiveram que se exilar ou foram presos, torturados, muitos assassinados. Era comum encontrar em rodoviárias, aeroportos, pontos de grandes concentrações de pessoas, cartazes com retratos dos resistentes. O título desses cartazes era – PROCURADOS – TERRORISTAS –.
A ditadura implantada no Brasil a partir de uma doutrina elaborada pela Comissão Tri-lateral AAA – AMÉRICA, ÁSIA e ÁFRICA – também chamada de Doutrina da Segurança Nacional, foi magnificamente destrinchada pelo padre Joseph Comblin, num livro editado pela Civilização Brasileira com esse nome – A doutrina da segurança nacional –. O padre, a guisa de registro foi expulso do país pelos ditadores.
Alastrou-se por toda a América Latina e gerou vergonhas como a Operação Condor (aliança entre militares de extrema-direita a soldo dos EUA). Juntava torturadores de países como o Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Argentina e outros, treinados e organizados por agentes dos EUA e de Israel.
“Terroristas” como o ex-ministro do exterior do Chile Orlando Letelier. Ou como o general chileno Carlos Pratts. O general boliviano José Juan Torres. O brasileiro major Cerveira. Todos assassinados pelos “democratas”. Existem suspeitas até hoje que JK e João Goulart tenham sido vítimas de assassinato. Leonel Brizola foi salvo numa operação determinada por Jimmy Carter, eleito presidente dos EUA e que pôs fim à política da barbárie, a tal da doutrina da segurança nacional. Por isso não foi reeleito.
A Comissão Tri-lateral era formada pelo governo dos EUA (Departamento de Estado, Departamento de Defesa, CIA e FBI), pela Fundação Ford, Fundação Rockfeller e financiada por grupos sionistas dos EUA (Rockfeller era um grupo sionista), além de outros, cito os principais.
Essa mesma doutrina com outra variável, “efeito dominó” – cai um caem todos – foi usada para justificar a carnificina no Vietnã.
Todos esses fatos são facilmente comprováveis seja no noticiário da mídia à época, como nas denúncias de diversos organismos internacionais em relação às ditaduras militares na América Latina. Pinochet chegou a ficar preso em Londres por crimes contra a humanidade.
O mundo de então estava sob a chamada Guerra Fria – União Soviética e Estados Unidos – e a luta se travava em várias frentes.
Na Europa grupos de guerrilha atuavam em vários países inclusive na Itália.
Vivia-se, já na segunda metade do século XX o processo de descolonização de países africanos como a Argélia. A luta de angolanos, moçambicanos, de sul africanos contra a política do apartheid. Nelson Mandela foi caçado como “terrorista” pelo governo de minoria branca da África do Sul e ficou preso anos a fio.
No Brasil foram fechados vários jornais, revistas e o caso de maior repercussão terá sido o do jornal CORREIO DA MANHÃ, logo nos primeiros momentos da ditadura “democrata”. O jornal valente se opôs à barbárie dos generais fascistas brasileiros.
Osama bin Laden é produto dos norte-americanos. Investiram pesado no engenheiro saudita na luta contra a União Soviética no Afeganistão. Saddam Hussein foi financiado pelos EUA na guerra contra o Irã.
Por aqui o jornalista Boris Casoy, o “imparcial”, integrava uma organização chamada CCC – Comando de Caça aos Comunistas – cujo lema era “mate um comunista por dia”. Foi sob a ditadura que prosperaram empresas de comunicação voltadas para a defesa do modelo, caso da REDE GLOBO e da EDITORA ABRIL (VEJA, etc).
A grande mídia brasileira está reagindo como instrumento dos donos do mundo ao criticar o ministro da Justiça Tarso Genro por conceder refúgio humanitário a Cesare Battisti integrante de um dos grupos de luta armada na Itália. Vive a soldo de grupos estrangeiros.
Os mesmos que financiavam a Comissão Tri-lateral financiaram a Operação Condor e a OBAN – OPERAÇÃO BANDEIRANTES – para a caça aos “terroristas” que lutavam contra a ditadura fascista.
A mídia brasileira é instrumento dos donos do mundo. Não tem imparcialidade e nem tem compromisso com a verdade. Mas com os que pagam. Importa a versão, não o fato.
Os dois boxeadores cubanos que abandonaram a delegação de seu país nos jogos Pan-americanos foram contatados por um empresário de boxe que lhes pagou uma pequena e modesta quantia para se sustentarem por algum tempo até conseguirem asilo no Brasil e em seguida serem contratados para atuar como profissionais.
Foram localizados pela Polícia Federal numa cidade nas imediações do Rio de Janeiro, levados à sede da PF no Rio e colocados sob vigilância num hotel na mesma cidade.
Lá foram visitados por um representante do Ministério Público sobre se desejavam que fosse seguido o trâmite legal para ganharem asilo no País. Manifestaram desejo de voltar a Cuba e lamentaram terem sido ludibriados por um empresário inescrupuloso que os deixara à própria sorte. WADIH DAMOUS, presidente da seção Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil dá o testemunho do fato.
É uma situação completamente diferente da de Cesare Battisti.
A histérica campanha de jornais como FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO e editoriais como o da REDE BANDEIRANTES criticando a posição e decisão do ministro Tarso Genro, ignora que George Bidault, ex-primeiro ministro francês e integrante de uma organização que se propunha à luta armada na França contra Charles De Gaulle, ganhou asilo no País por ser considerado perseguido político. Marcelo Caetano, que sucedeu a Oliveira Salazar veio para o Brasil em seguida à revolução dos Cravos que extinguiu o fascismo em Portugal. Ambos de extrema-direita e Bidault condenado em seu país, a França, por “terrorismo”.
O governo nazi/sionista de Israel está matando crianças, mulheres, seus soldados promovem estupros de palestinas, tortura, atacam prédios das Nações Unidas, roubam e saqueiam caminhões com ajuda aos palestinos. Apropriam-se da água e das reservas de gás natural em território palestino, constrói muro para separar palestinos de judeus em terras palestinas e tem o apoio dos civilizados norte-americanos, dos aristocráticos britânicos, tudo porque o partido que ganhou as eleições em Gaza não aceita as políticas terroristas dos verdadeiros terroristas. Aí, o Hamas, depois de um cerco de 18 meses, toda a barbárie e estupidez do sionismo vira “terrorista”.
Sílvio Belrusconi, primeiro-ministro italiano é um banqueiro acusado de corrupção em seu país. Acusado de fraudes eleitorais. De ligações com a máfia. Governa a Itália numa nova versão do fascismo e sua figura grotesca e ridícula lembra inclusive o próprio Mussolini. Deve cultivar a imagem.
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua num julgamento eivado de erros e o fato está denunciado por organizações na própria Itália. Transformado em criminoso comum e “terrorista” numa manobra legal para driblar a prescrição e só veio ao Brasil após a derrota dos socialistas na França, ao sentir-se em risco quando François Mitterand (que lhe dera asilo) terminou seu período presidencial de 14 anos.
A reação do governo italiano é descabida. As ameaças de um “carabiniere” travestido de ministro de Defesa, mero bufão como bufões eram os chefes militares fascistas à época da IIª Grande Guerra, é um insulto ao exercício da soberania nacional no decreto do ministro Tarso Genro, confirmado pelo presidente Lula.
Muitos italianos foram abrigados e vivem hoje irmanados aos brasileiros quando fugiram de Mussolini.
A decisão de Tarso Genro está fundada no melhor direito internacional e na tradição diplomática do Brasil (exceto no período ditatorial, exatamente o fascista) de abrigar refugiados políticos. Não há mais Operação Condor financiada pela Mercedes Benz, pela FIAT e outros grupos. Pelo menos de maneira visível.
É lamentável a submissão da mídia brasileira a interesses estrangeiros. Como lamentável foi essa posição em 1964 da esmagadora maioria dessa mídia ao golpe fascista dos generais brasileiros sob comando do general norte-americano Vernon Walthers.
A expressão terrorista não se prestou a Saddam Hussein quando matava seus opositores enquanto era aliado dos EUA contra o Irã. Muito menos a bin Laden quando lutava contra os soviéticos no Afeganistão.
Ou tampouco a Israel e o governo nazi/sionista que promove a mais estúpida carnificina dos tempos contemporâneos contra palestinos em ação de saque, roubo, ocupação de terras de outro país (a Palestina é o país, Israel foi invenção dos norte-americanos, ingleses e franceses imposta ao resto do mundo).
Invenção aceita até pelo próprio Hamas, o “terrorista”.
E como a paz não interessa a esse tipo de gente há que se criar através dessa mídia podre, padrão Big Brother Brasil (um bordel dentro de sua casa), a mentira torpe como no caso de Cesare Battisti.
A guerra contra palestinos é global. Varia na forma. E a forma varia no curso do processo ao sabor dos interesses dos donos do mundo.
A mídia é só papel ou imagem escritos e veiculados dentro desses interesses.
William Bonner, Waak ou Vaak sei lá, tanto faz, é robô, Miriam Leitão, Boris Casoy, essa gente não tem compromisso algum com a verdade, mas com a versão dos que pagam. E ganham muito bem para mentir e ludibriar o que Bonner chama de Homer Simpson.
O ato de Tarso Genro foi mais que um ato de direito legitimo e soberania. De justiça. Foi de coragem num mundo de covardes.
Um contraponto a tanta subserviência aos donos.
É preciso ser defendido de todas as formas, todo cuidado é pouco nesse trabalho. O inimigo é solerte como os nazi/sionistas. Não tem escrúpulos. Faz parte da guerra para a defesa da democracia contra os “democratas” que consideram a asfixia um método legítimo de interrogatório.
No Brasil estão – no mundo político – nos abrigos chamados tucanos e DEMocratas.
*Laerte Braga é jornalista e escreve especialmente para esse blog, Os Amigos do Presidente Lula
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