Serra ataca Lula:Campanha de José Serra presidente já começou, e com baixaria

Tucano não sabe fazer campanha sem agredir ou atacar adversários.Ontem, José Serra deu uma prova do que está a vir nos próximos meses.Em evento de caráter eleitoreiro para anunciar um programa bilionário para recuperação das estradas paulistas,sem citar cobraça de pedágio futuro, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), fez duras críticas ao Presidente Lula e não descartou a sua candidatura à Presidência da República. José Serra fez ainda um pedido público à sua equipe: que as obras apresentadas sejam entregues até março de 2010. Em abril, seis meses antes da eleição, para que ele possa faturar eleitoralmente com as obras paga com dinheiro público.

Até 2010, a gestão Serra promete recuperar mais de 7 mil km de rodovias e pavimentar 3 mil km de estradas de terra ao custo de R$ 3,9 bilhões. Isso é mais que o triplo do investido na primeira metade do governo no programa Pró-Vicinais. O plano é vitrine da administração Serra e promessa de campanha de Serra presidente.

Para uma plateia de mais de 400 prefeitos, sem a presença do povão, José Serra mencionou sua candidatura à Presidência em 2010.

Um pedido feito pelo governador durante o discurso, de quase 52 minutos, alimentou as especulações sobre o seu futuro político. “A Secretaria dos Transportes diz que vai ser em abril (a conclusão das obras). Eu não vou me comprometer. Será em 2010. Mas vamos perseguir para que seja até antes, em março, pelo menos”, sugeriu Serra.

No comício, Serra enumerou uma lista de realizações da sua gestão e não economizou nas críticas ao governo do Presidente Lula. “O custo dessa reforma é metade de uma vicinal nova. Não é brincadeira. Não é um programa de tapa-buraco. É fazer a estrada de novo”, alfinetou, referindo-se ao plano emergencial feito pelo governo federal para a recuperação de estradas.

Pouco antes, o presidente estadual do PSDB em São Paulo, Mendes Thame,(aquele que está na lista de Furnas e que, também meteu as duas mãos no cofre da prefeitura de Piracicaba quando foi prefeito da cidade), foi mais contundente nas críticas à gestão de Lula. “Há aqueles que se alienam, não leem jornais, têm azia. E há outros que enfrentam a crise. O que assistimos aqui hoje é um exemplo da extraordinária capacidade do governo de São Paulo de enfrentar momentos difíceis.”

No quesito elogios ao próprio governo, Serra afirmou: “Não governamos segundo a cor partidária e, modéstia à parte, temos sido exemplo na área de gestão”.

Mais críticas

Prosseguindo nas comparações, de governo, como se Lula fosse candidato, Serra mudou o foco para a crise mundial. Foi a senha para disparar mais uma vez contra Lula. “Agora mesmo estava olhando umas tabelas. Todos os países do mundo reduziram juros, menos o Brasil e a Rússia, esta por uma situação peculiar”, destacou. “Sem dúvida, é o fator que está mais contribuindo para que o Brasil não adquira confiança necessária para sair da crise.”

Serra também roubou para sí a paternidade de um dos maiores feitos do governo Lula. “Dos 3,7 milhões de empregos criados no Brasil desde janeiro de 2007, 1,4 milhão, ou quase 40%, foi em São Paulo, que tem 23% da população. Isso não está separado dos nossos investimentos no Estado”, comentou.

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