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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Obama telefona para Lula: 15 minutos de elogios


Em telefonema ao Presidente Lula, que está em Roma, o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na noite de ontem que o debate sobre a crise financeira global extrapola o G-8 e tem que ser feito num fórum ampliado.

Obama teria destacado que o Brasil é um ator fundamental nesse debate, segundo informações da secretaria de imprensa do Palácio do Planalto.

O presidente eleito dos EUA retornou ligação feita por Lula após a vitória nas eleições do dia 4. O presidente brasileiro considerou que a conversa telefônica de 15 minutos foi muito boa e que Obama demonstrou conhecimento da realidade brasileira.

Importância do Brasil

O presidente americano eleito reconheceu os esforços do governo brasileiro em relação ao crescimento econômico, aos programas sociais e ao uso de energia renovável.

Ainda de acordo com Lula, Barack Obama teria destacado a importância do Brasil no cenário internacional e o papel do país nas discussões sobre a crise financeira global.

Lula convidou Obama para vir ao Brasil e disse que deseja manter com ele as mesmas relações muito boas que tem com o atual presidente George W. Bush. Lula também manifestou a Obama o interesse de aprofundar o diálogo sobre a América Latina e sobre a reforma da ONU.

Ausência

Obama disse a Lula que ficará em Chicago durante a reunião do G-20 em Washington, no próximo dia 15. No fim da conversa, o presidente eleito dos EUA lembrou ao colega brasileiro que foi aluno do ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) na Universidade Harvard.

“O presidente e o ministro Celso Amorim ficaram muito bem impressionados com o conhecimento que Obama demonstrou ter sobre o Brasil”, segundo fonte do Itamaraty. O presidente eleito classificou o país como “um líder no cenário mundial”, com uma contribuição “importante” a oferecer na cúpula deste fim de semana, em Washington, onde chefes de Estado e governo do G-20 (as principais economias do mundo), se reunirão para discutir soluções para a crise financeira global. Obama se disse favorável a incluir os países emergentes na discussão sobre a crise, ponto sobre o qual teria insistido nas conversas que teve com Bush em torno do tema.

Obama realçou ainda “a importância e os esforços do governo brasileiro para promover o desenvolvimento econômico” e elogiou em particular os programas sociais e de combate à pobreza. Manifestou “muito interesse” pelos projetos brasileiros na área de energias renováveis e reafirmou a determinação de aprofundar a cooperação bilateral na área de biocombustíveis.

Parceiros estratégicos

De acordo com o Itamaraty, o presidente Lula manifestou o desejo de manter com o presidente eleito “a mesma boa relação” cultivada com Bush nos últimos seis anos. O presidente brasileiro ressaltou “o bom estado das relações” bilaterais, uma “parceria estratégica”, e manifestou interesse em aprofundar as negociações sobre três temas: a América Latina; a abertura do comércio internacional, em particular a urgência de concluir a Rodada de Doha; e o fortalecimento da Organização das Nações Unidas, em especial a ampliação do Conselho de Segurança, onde o Brasil aspira a uma vaga permanente.

No fim da conversa, Obama lembrou a Lula que teve “um professor brasileiro” na prestigiada Universidade de Harvard. Foi uma referência ao ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, que se referiu ao ex-aluno como “um jovem com atributos de chefe de Estado”.

No início da semana, de partida para Moscou, Mangabeira Unger mencionou o potencial para cooperação com os Estados Unidos também no aperfeiçoamento da educação no nível médio. Em relação à crise financeira, o ministro mencionou a possibilidade de parceria para disponibilizar crédito.

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