O presidente Lula volta ao Brasil satisfeito com o encontro de líderes do G20 financeiro, que reuniu chefes de Estado e de governo de 19 grandes economias desenvolvidas e emergentes neste sábado, em Washington.
Dois fatos históricos estão em curso:
- Maior controle do fluxo de capitais internacionais entre países, uma antiga reivindicação brasileira e dos movimentos sociais para uma globalização mais justa.
- O protagonismo brasileiro nos rumos financeiros internacionais. Na época de FHC, o Brasil fazia a política do "sim, senhor" perante os EUA e Europa. Tinha que aderir ao Consenso de Washintghon ou "negociar com a Antártida"... Hoje, o Brasil fala alto e em bom som e é ouvido por todos, tendo suas propostas acatadas.
Em seu programa semanal Café com o Presidente, ele destacou que não mais o G8 mas o G20 ganha papel de destaque nas negociações internacionais.
“Isso foi unânime na boca de todos os líderes. A correlação da política mundial hoje precisa ter a participação não apenas dos países mais ricos do mundo, mas dos países emergentes, dos países em vias de desenvolvimento, que têm uma grande população. Eu acho que nós encontramos um caminho para evitar que aconteça novamente o que aconteceu com a crise financeira”, disse.
Lula lembrou que esta foi a primeira vez que 20 lideranças de países que representam mais de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial se reuniram para discutir uma crise econômica que teve início no setor financeiro nos Estados Unidos, que se espalhou pela Europa e que já começou a ser sentida em diversos outros países por causa do crédito.
Para o presidente, a reunião do G20 representa um passo “extremamente decisivo” para aumentar a representatividade dos fóruns internacionais - disse Lula.
“Finalmente, todos os países se colocaram de acordo de que precisamos tomar decisões coletivas para evitar que uma tomada de posição em um país possa prejudicar outro. Daí a necessidade de trabalharmos coletivamente.”
Lula reforçou ainda o compromisso firmado durante o encontro de, até o final deste ano, retomar as negociações da Rodada Doha. Para ele, um acordo sobre o tema é um sinal importante para que o mundo saiba que os dirigentes políticos estão agindo com responsabilidade, preocupados e tomando decisões.
“Essa reunião foi um marco na história do século 21. Saí de lá convencido de que participei da reunião mais importante entre líderes de países, entre tantas que já fiz. E mais importante ainda: todos estavam convencidos de que precisamos trabalhar juntos daqui para a frente. Na hora de tomar as grandes decisões, o G-20 se transformou em um fórum importante. Daí a minha crença de que estamos no caminho certo para debelar essa crise e para evitar outras.”
Brasil, Inglaterra e Coréia do Sul coordenam regulamentação mundial dos mercados
Os líderes mundiais definiram o prazo de 31 de março para a elaboração de propostas para a regulação dos mercados financeiros. Uma nova cúpula está prevsita para 30 de abril. As propostas serão definidas em grupos de trabalho com representantes de governo, técnicos e empresários. As atividades serão coordenadas pelo triunvirato do G20 – Brasil, que está hoje na presidência do grupo, Reino Unido, próximo presidente do G20 financeiro, e Coréia do Sul, que será o líder em 2010.
Pouco antes de embarcar de volta ao Brasil, o presidente afirmou:
“Eu, que já estou há seis anos na presidência [da República do Brasil] , já participei de 300 reuniões, em que já discuti individualmente com todos os líderes só posso dizer que o dia de hoje é um dia histórico para a política mundial”, afirmou Lula.
Fonte: Agência Brasil.
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