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sábado, 8 de novembro de 2008

Juiz que autorizou busca e apreensão na casa de delegado, foi acusado por venda de sentança e formação de quadrilha


A Folha de São Paulo publicou ontem, com chamada na Primeira, a apreensão de documentos, realizada pela Polícia Federal, no apartamento do delegado Protógenes Guimarães. No Rio e no hotel em que se encontra hospedado, em Brasília. Motivo: o vazamento de informações na Operação Satiagraha, que terminou com a prisão de Daniel Dantas e Naji Nahas, libertados por habeas corpus expedido pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo.

Mas qual foi o juiz que autorizou a chamada BUSCA E APREENSÃO? O juiz Ali Mazloun, afastado da magistratura desde 2003. Qual a razão do afastamento? Acusado de VENDA DE SENTENÇAS. (Textual).

Isso foi provado e comprovado na OPERAÇÃO ANACONDA. Esse juiz (?) foi reconduzido há pouco tempo por decisão do próprio Supremo. Depois de afastado por 5 anos, cabe a esse "juiz" determinar a BUSCA E APREENSÃO no apartamento do delegado Protógenes.

Quem acredita em coincidência, principalmente quando atinge o mais alto Tribunal do País? A propósito: na quinta-feira, anteontem, fiquei horas e horas vendo e ouvindo o VAZIO e ESTRANHO julgamento (?) do habeas corpus de Gilmar Mendes. (Hélio Fernandes - Tribuna da imprensa)


Veja quem é o juiz:

Segunda-feira, 11 de Junho de 2007. Página do STF
Investigado pela Operação Anaconda quer evitar procedimento disciplinar no TRF-3

Investigado pela Polícia Federal no contexto da Operação Anaconda, o juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) o Mandado de Segurança (MS) 26710, com pedido de liminar. A ação é contra decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que negou pedido de abertura de Controle de Procedimento Administrativo (PCA) para impedir a instauração, pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), de procedimento disciplinar contra o juiz.

Conforme os autos, em 2003 o juiz foi alvo de duas ações penais promovidas pelo Ministério Público Federal (MPF) no TRF-3, sob a acusação de formação de quadrilha e abuso de poder, em conseqüência das investigações da Operação Anaconda. Em virtude dessas ações penais, o MPF propôs, ainda, ao TRF-3, a instauração de processo administrativo.

O juiz Ali Mazloun foi investigado pela Operação Anaconda


Relembre o caso

O juiz federal João Carlos da Rocha Mattos foi condenado, por 15 votos a 0, a três anos de prisão. Outro juiz federal, Casem Mazloum(irmão de Ali Mazloum), recebeu pena de dois anos de reclusão, que foi imediatamente substituída por pena alternativa de dois anos de prestação de serviços à comunidade.

Também foram condenados o delegado afastado da Polícia Federal José Augusto Bellini (3 anos de prisão); o agente da PF César Herman Rodriguez (3 anos); a ex-mulher do juiz Rocha Mattos, Norma Cunha (2 anos e 6 meses); o delegado aposentado da PF e advogado Jorge Luiz Bezerra da Silva (3 anos); os advogados Affonso Passarelli Filho (2 anos) e Carlos Alberto da Costa Silva (2 anos); e os empresários Wagner Rocha (2 anos e 3 meses) e Sérgio Chiamarelli Júnior (1 anos e 9 meses). O único absolvido foi o corregedor afastado da PF Dirceu Bertin.

Rocha Mattos, que está preso por crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva e peculato (apropriação de bem público por servidor).

Já Casem Mazloum também foi é acusado de falsidade ideológica e interceptação ilegal de telefone. O juiz, Ali Mazloum, que conseguiu habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) e escapou do julgamento ..

A Operação Anaconda, realizada pela PF, investigou uma quadrilha que vendia sentenças para beneficiar criminosos em ações judiciais.


Bob Fernandes pergunta:Terá sido coincidência que o mandado para vasculhar Protógones, sua casa e os meios onde guarda informações tenha sido expedido pelo juiz Ali Mazloum?

Em 2004 o STF considerou Ali inocente numa acusação, formulada no rastro da Operação Anaconda, de formação de quadrilha. Gilmar Mendes, Ellen Gracie, Carlos Velloso e Celso de Mello votaram pela absolvição, enquanto Joaquim Barbosa, relator da matéria, foi o único voto contrário.

O também juiz federal, Casem Mazloum, irmão de Ali, também envolvido pela mesma Anaconda admitiu à época: "Cometi um erro ético", sem ser preciso quanto à natureza do erro.

Casem era acusado de pedir grampo telefônico para a ex-mulher de um prefeito e de uso de influência.

A "Anaconda" se deu à época em que Paulo Lacerda dirigia a Polícia Federal e, então, nos desdobramentos do julgamento, adversários de Lacerda na PF e na mídia tentaram atingí-lo.

Coincidência que agora, quando Lacerda segue afastado da ABIN à espera do resultado de investigações sobre suposto grampo ilegal, a PF vasculhe a vida de Protógenes com base em um mandado assinado pelo juiz que um dia foi investigado, como seu irmão, pela PF então sob comando de Lacerda?

Coincidência a virulência do delegado Marcelo Itagiba, hoje deputado federal e presidente da CPI dos Grampos, contra Paulo Lacerda? Ele, Itagiba, que já foi Diretor de Inteligência da PF no mandarinato de Vicente Cellotti.

Coincidência Itagiba presidir a CPI dos Grampos? Ele, contraparente de Andrea Matarazzo, importantíssimo personagem na vida do PSDB e de José Serra? Coincidência histórica Marcelo Itagiba, ex-diretor de Inteligência da PF, ter ido trabalhar com Inteligência no ministério da Saúde na gestão do então ministro José Serra?

O que pensa - ou ao menos o que pensava à época de tudo isso - o senador e ex-presidente da República José Sarney. O que pensou e disse, ao menos reservadamente, José Sarney à época em a PF flagrou uma montanha de dinheiro na campanha pré-presidencial de sua filha Roseana Sarney?

Coincidências?

Coincidência a PF investigar o delegado Protógenes por vazamento e não investigar a cúpula da Polícia, a quem o mesmo Protógenes acusa pelo vazamento que levou a Folha de S.Paulo a publicar reportagem sobre a operação no dia 26 de abril, quase dois meses antes da Satiagraha?

Os dois maiores suspeitos pelo vazamento da Satiagraha dois meses antes estão sendo investigados pela PF? Serão? Ou tudo será tragado por esse mar de coincidências?

Coincidência que o julgamento do habeas corpus se dê quando o juiz De Sanctis esteja se preparando para anunciar sua sentença sobre o caso Daniel Dantas?

Coincidência que batida da Polícia Federal e tudo mais se dê horas depois de Protogenes dizer aos estudantes da PUC que "Dantas será condenado, e terá condenação pesada" na primeira instância?

Tudo isso é coincidência, ou o julgamento - se ele de fato se concretizar terminará, ao final e ao cabo, atingindo a sentença do juiz De Sanctis?

Certamente existem razões jurídicas também para a decisão que deve ser tomada logo mais - se não houver adiamento -, mas e não é isso que se discute aqui e, sim, esse extraordinário leque de coincidências e personagens.

Daniel Dantas seguirá livre em meio a esse mar de coincidências.

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