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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Derrota de Alckmin é vitória da imprensa que trabalhou para Kassab


A derrota de Geraldo Alckmin (PSDB) na capital paulista coloca em risco o seu futuro político. A permanência do tucano no partido, dividido nas eleições municipais entre as candidaturas do ex-governador e do prefeito Gilberto Kassab (DEM), também é uma incógnita. Aos mais próximos, Alckmin se queixa de ter sido abandonado pelos correligionários, sobretudo o governador paulista, José Serra. Apesar disso, sempre que questionado, ele nega qualquer possibilidade de deixar o PSDB, embora haja rumores de negociações com outras legendas, como o PSB.

Com a segunda derrota consecutiva, dificilmente Alckmin terá condições, como fez neste ano e nas eleições presidenciais de 2006, de impor seu nome ao partido para concorrer ao governo do estado de São Paulo no pleito de 2010. Nas duas ocasiões, a persistência do ex-governador foi o principal motivo do racha no ninho tucano. "Agora, ele não tem moral para impor seu nome para 2010 e ninguém no partido tem obrigação de bancar a sua indicação", avalia Carlos Melo, cientista político do Ibmec/SP.

"Mais uma vez ele sai da disputa menor do que entrou", acrescenta Melo, numa referência a eleição presidencial de 2006, quando Alckmin conquistou mais votos no primeiro turno -cerca de 79 milhões - contra 75 milhões no segundo turno. Neste ano o tucano chegou a ficar na liderança da disputa paulistana, tecnicamente empatado com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT).

No entanto, a dificuldade em arrecadar recursos, a crise interna no partido, os problemas no programa eleitoral gratuito - considerado por especialistas como o mais fraco entre os principais candidatos - e a ascensão de Kassab, que conseguiu converter seus índices de aprovação em percentual de votos, foram determinantes para a queda do ex-governador nas pesquisas. No auge da crise a campanha tucana trocou de marqueteiro, mas a reação esperada não veio, mesmo tendo o ex-governador uma das mais baixas rejeições (17%) entre os potenciais candidatos. As críticas ao prefeito, depois que o democrata começou a crescer nas pesquisas, também não surtiram o efeito esperado. "A salvação agora pode ser a Câmara ou o Senado. O problema é que no Senado, ele terá que enfrentar o (Orestes) Quércia, que já fechou um acordo, articulado por Serra, com os democratas. Além disso, o PT sempre tem um eleitor cativo na capital paulista", conclui Melo.

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