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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Por que a oposição não chama FHC para subir no palanque com eles?


Integrantes da base aliada e da oposição têm travado disputas, na Justiça e nos bastidores, para se vincular à imagem do Presidente Lula nesta campanha eleitoral. Isso tem uma razão: em 20 das 26 capitais em que há eleição, candidatos que apóiam o Palácio do Planalto aparecem mais bem colocados que oposicionistas em pesquisas de opinião.

Em Natal, a candidata Micarla Souza (PV) tem o apoio do líder oposicionista no Senado, José Agripino (DEM-RN), mas Micarla não fala e nem lembra do Zé Agripino em sua campanha. Ela gosta de lembrar que é candidata da base de Lula. "Ela não quer confronto entre o governo e a oposição. No Nordeste, qualquer candidatura contrária a Lula leva desvantagem", diz Agripino Maia.


Demo fugindo do demo

Embora patrocinada pela senadora Kátia Abreu, expoente do DEM, Nilmar Ruiz não está nem aí: faz campanha em Palmas exibindo fotos suas ao lado de Lula, além de frase (ficcional) em que o presidente "diz" que, se a candidata for eleita, a capital do Tocantins será muito bem tratada pelo Planalto.

Os tucanos não chamam Fernando Henrique Cardoso para campanha

Até mesmo candidatos do PSDB buscam se vincular à imagem de Lula.Em Cuiabá, o atual prefeito Wilson Santos (PSDB) escalou uma irmã do Presidente Lula, Ledinalva da Silva dos Santos, para pedir votos para ele. "Wilson e Lula são trabalhadores que pensam e trabalham para o povo. Então é 45 na cabeça", disse Ledinalva no programa tucano. Leia

Outro tucano que usou a imagem de Lula em campanha foi o atual prefeito de Teresina, Silvio Mendes, que tenta a reeleição.

A imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é disputada por todos os candidatos. Em santinhos, carros de som e programas de TV, Lula aparece como principal cabo eleitoral, um reflexo do bom momento da economia e de programas sociais, como Bolsa Família e ProUni. Em Cuiabá, até o PSDB usa imagens de Lula e seus ministros, como Patrus Ananias, para cabalar votos.


Questionado, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), não desaprovou a estratégia. "Não vejo problema algum. Bom para ele [Santos]", disse. Guerra, porém, prefere não supervalorizar a força do Presidente Lula. "Tem caso que influencia e tem caso que não faz diferença", disse.

Sem grampo

"Tucano que acha que os candidatos a prefeito não devem criticar o governo Lula é adepto da geléia geral. A oposição não pode ser frouxa."
Do líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, em resposta aos correligionários que rejeitaram a idéia do PSDB de utilizar parte do tempo da propaganda eleitoral para falar da "crise" dos grampos.


No Rio de Janeiro, Marcelo Crivela (PRB) também foi contestado judicialmente por usar imagem de Lula. O candidato petista à prefeitura, Alessandro Molon, ganhou o direito exclusivo de explorar o presidente em seu programa eleitoral.

Candidata pelo PDT em Fortaleza, a senadora Patrícia Saboya apareceu no seu primeiro programa ao lado de Lula e de seu ex-marido, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). A atual prefeita, Luizianne Lins (PT), de cuja coligação o PSB faz parte, também ingressou na Justiça para impedi-la de usar as imagens de Lula e Ciro.

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