Uma análise técnica feita pela Polícia Federal em todos os equipamentos em poder da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aponta que nenhum deles tem como função fazer grampos. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a quem a Abin é subordinada, enviou nesta manhã o laudo ao Congresso.
Legalmente, a Abin não está autorizada a fazer grampos, mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegou a confirmar que a autarquia tinha equipamentos com poder de fazer escutas e os havia adquirido por meio de comissão do Exército em Washington (EUA). A companhia norte-americana de produtos de inteligência REI (Research Eletronics International) já havia antecipado(Leia). Ontem, em entrevista à TV Brasil, Lula disse :Paulo Lacerda poderá voltar ao cargo "quando quiser".
Segundo o laudo da PF, que tem 38 páginas, o INC (Instituto Nacional de Criminalística) constatou que as maletas não podem fazer grampos, mas sim varreduras ambientais com capacidade para encontrar sinais de linhas telefônicas, mas sem decodificar a ligação --o que caracterizaria o grampo.
O laudo aponta que a Abin não tem equipamentos para realizar grampos em telefones celulares. Por isso, a conversa entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, não poderia ter sido gravada pelo equipamento da Abin uma vez que Mendes usou seu celular na conversa com o parlamentar.
Em depoimento à CPI dos Grampos ontem, no entanto, Jobim afirmou que não tinha certeza da capacidade de as maletas fazerem escutas. Em todo o momento, a Abin negou fazer interceptações telefônicas.
O laudo da PF sobre os grampos foi encaminhado ao presidente da Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), e ao presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ).
Paralelamente ao documento elaborado pelos policiais, o GSI coordena sindicância interna para apurar o eventual envolvimento de servidores da Abin no episódio do grampo ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes.
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