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quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Militância para carregar bandeiras de Bilionários
Irrita profundamente quando o PIG quer usar o povo como massa de manobra para interesses políticos e de empresas privadas, disfarçadas de política de interesse público.
O jogo do PIG é conhecido, só cai nele quem quer, mesmo assim volta e meia conseguem emplacar alguma tese.
Foi assim com a CPMF. Diminuir impostos agrada todo mundo que paga. Muita gente comemorou o fim do imposto do cheque achando que ia sobrar mais R$ 600 reais por ano no bolso de cada brasileiro, como dizia o PIG "em média" (falar em média com a má distribuição de renda no Brasil é piada, mas o PIG é cara de pau mesmo, e funcionou).
Foi assim também com os aloprados petistas, que serviram para tirar Serra do noticiário Sanguessuga.
Está sendo assim agora quando tiram do noticiário Serra, Aécio, Alckmin, ACM Neto, criadores e criaturas de Daniel Dantas e conseguem emplacar no noticiário e no boca-a-boca só Gilmar Mendes X governo Lula, sem mostrar a serviço de quem está Gilmar Mendes, e de quem Daniel Dantas é sócio político e financeiro.
Além disso, toda vez que interesses financeiros privados são misturados com bandeiras políticas, é preciso ficar com os dois pés atrás.
Por trás, quase sempre o objetivo é fazer a "opinião pública" carregar bandeiras como se fossem bandeiras políticas para, nos bastidores, extrair do governo, ou do Congresso, ou do judiciário uma vantagem privada.
Agora, porque Protógenes Queiróz citou 250 caixas de documentos recebidas da justiça de Nova York do caso Kroll, o blogueiro PHA dá um jeito de encaixar uma nota sobre brigas de acionistas privados da Brasil Telecom.
Uma das brigas de acionistas privados conhecida em Nova York era o processo que o Citibank movia contra Daniel Dantas.
Ora, é briga de um tubarão contra outro, que foram sócios na privataria, ganharam muito dinheiro às nossas custas, e só brigaram depois na hora da partilha do NOSSO dinheiro.
Em um processo como estes só existem documentos do interesse do Citibank por um lado, e do interesse de Daniel Dantas do outro.
Só tem aquilo que cada advogado, de cada lado, apresentou no processo. Nenhum dos lados está defendendo nosso interesse popular, nem incluiu denúncias sobre a corrupção tucana da privataria porque senão os dois lados se incriminariam.
Quem ganhasse a causa levaria o dinheiro, ele não voltaria aos cofres públicos. Se entraram em acordo, isso não faz diferença nenhuma para o bolso do brasileiro, e nada tem a ver com a impunidade da privataria no Brasil, cujo foco de investigação é outro: de corrupção e suborno, conforme sugerem os grampos do "limite da responsabilidade", na época de FHC.
Então, não me peça para virar militante do Citibank ou de outros empresários, só para continuar contra o Daniel Dantas.
Esse desvio de foco do noticiário para o lado contrário ao governo e envolvendo interesses privados, em vez de procurar saber nos bolsos de quem do mundo político foi parar o dinheiro da privataria, é que preocupa.
São estas as nossas grandes diferenças com Paulo Henrique Amorim:
Em brigas privadas de tubarões bilionários, nós somos tão "isentos", que fazemos questão de ficar contra os dois lados.
Em brigas políticas de interesse público e coletivo, como de Daniel Dantas + oposição + Gilmar Mendes + PIG contra o governo Lula, nós temos um lado bem claro.
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