Vou me abster de comentar esse texto que está na Folha. Deixo a missão para vocês.Concorde, discorde. Solte o verbo!
"Si vivi vicissent qui morte vicerunt" -como as coisas seriam diferentes "se vencessem na vida aqueles que venceram na morte". A máxima de Cícero entra em parafuso quando aplicada a Lula. Nasceu como um "cabra marcado pra morrer"; tornou-se, nos anos 70, 80 e 90, à medida que consolidava sua liderança política e popular, um cabra marcado pra morrer "na praia". Veio então 2002. E a redenção de 2006, depois da travessia do deserto moral do mensalão e da ruína do PT. Quem diria?
O Datafolha registra que Lula é o presidente mais popular da história do país. Perto de completar 3/4 de seu mandato, bateu o próprio recorde. Só 8% do país o reprova. Tal adoração nos remete a outro Cícero, não o romano, mas o "padim" milagreiro do Nordeste. Lula reza na língua do povo enquanto a oposição gasta seu latim para denunciar ao vento que tudo não passa de sorte e demagogia. Miserabilis destinus a história tem reservado ao demo-tucanatus brasilienses!
A popularidade de Lula é peculiar. Ele é o garoto-propaganda do mundo que anuncia. Vende o êxito de sua própria biografia. Tome-se o exemplo tão didático da entrevista recente que concedeu a um grupo de jornais populares (a "mídia burguesa" não foi convidada). No dia seguinte, as capas estampavam: "Lula: "Eu topo ser colunista do "Meia"'; "Lula também é "Super"'; "Até o homem lê o "Já"". Não faltaram nem as fotos com os logotipos dos veículos na cabeça.
Eis o lulismo de corpo e alma: luta de classes, só com o boné e o gogó. Nada além disso. Ainda assim, parte da elite nutre por Lula, apesar da aprovação (ou por causa dela), um misto de desprezo e horror. Talvez seja uma aversão estética que se pretende ética. Afinal, a farra do sindicalismo -essa gente que palita os dentes e fala errado- equivale à esbórnia público-privada vivida por intelectuais-banqueiros no reinado anterior. Mas tudo era "mais fino". A elite ainda vai ter saudade deste cabra que venceu na vida. Lula é mais funcional do que imaginam. (Fernando de Barros e Silva)
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