Oposição nem mexe com Lula
Ninguém questiona a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nem mesmo a oposição. Enquanto os governistas avaliam que o céu é o limite para a aprovação do desempenho de Lula, cabe aos adversários apenas apostar na teoria de que não existe transferência de votos em eleição presidencial.
"A popularidade do presidente é um fenômeno que se vê nas ruas. Num palanque, basta citar o nome do presidente para todo mundo aplaudir. A tendência é a popularidade se manter em alta e melhorar ainda mais. Ele é o grande cabo eleitor de 2010, sem dúvida nenhuma", disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.
A pesquisa DataFolha divulgada ontem mostra que Lula bateu o próprio recorde e tem avaliação boa ou ótima de 64% da população. O fato inédito foi a expansão nos setores mais ricos. De acordo com o levantamento, 57% das famílias que vivem com renda mensal superior a R$ 4.150 aprovam o governo. Por isso, nem os opositores do Palácio do Planalto questionam os fatos. "Marqueteiro diz que é proibido bater em Lula. E ninguém bate no presidente porque reconhecemos a popularidade que ele tem", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Para não confundir seu discurso com o de um governista de carteirinha, o dirigente tucano ressalva que popularidade não significa que o candidato da base governista herdará todos os potenciais eleitores do petista. "Não existe transferência de voto em eleição presidencial", estima Guerra.
A tese do adversário do Palácio do Planalto é a mesma de um aliado. O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), chega até a ironizar. Diz que se o PT conseguisse os votos de Lula, o partido elegeria todos os governadores de estados. "O Lula é uma grande liderança, mas entre ele ser uma grande liderança e alguém apresentado por ele incorporar todos os potenciais votos há uma grande diferença. Eleição não é assim que funciona. É evidente que transfere algo, mas não tudo. Para ser igual ao Lula só o Lula mesmo", diz o deputado.
Dilma
A esperança da oposição reside no óbvio fato de que o adversário em 2010 não será Lula, mas alguém apresentado por ele. Até agora, a mais cotada é a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Por isso, os tucanos garantem que não traçaram a estratégia eleitoral baseada na aprovação pessoal de Lula. "A nossa estratégia não será moldada pela popularidade do presidente", garante Sérgio Guerra.
Nas eleições municipais, pelo menos, não é isso que tem acontecido. A imagem do presidente é disputada a tapa até pela oposição. Em Salvador, a campanha de Antonio Imbassahy (PSDB) mostrou imagens de Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) dizendo que daria uma "surra" em Lula, numa estratégia para desidratar o adversário que aparece na frente nas pesquisas. Contrariado, ACM Neto (DEM) entrou na Justiça para que o tucano retirasse a propaganda do ar com medo de perder votos.(Correio Braziliense)
O "efeito teflon" mais consolidado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva goza do seu maior prestígio, com índice de aprovação do governo da ordem de 64% da população, segundo pesquisa DataFolha divulgada ontem. Para 28% dos entrevistados, o governo é regular. Somente 8% consideram a administração ruim. Lula tem o apoio da maioria da população em todas as regiões do país e regiões metropolitanas, em todas as faixas de renda e níveis de escolaridade. É a consagração de sua gestão no sexto ano de administração. Em nenhum momento os governos de Collor de Mello(36%), Itamar Franco (41%) e Fernando Henrique Cardoso (47%) atingiram esse patamar tão elevado.
As pesquisas confirmam o que muitos analistas chamam de "efeito teflon", ou seja, que nenhum problema ou crise na Esplanada gruda na imagem do presidente da República. Para estrategistas do governo, demonstram também que as críticas da oposição no Congresso e na da mídia são irrelevantes para a maioria da população. Ambas as teses já haviam sido referendadas nas urnas, no segundo turno das eleições de 2006.
Entretanto, a pesquisa lançou por terra a assimetria entre o sentimento da maioria da sociedade e a chamada opinião pública. Segundo sociólogos, cientistas políticos e marqueteiros, a opinião pública é formada a partir do posicionamento das camadas sociais mais cultas e de maior poder aquisitivo. Pois bem, Lula conquistou corações e mentes da elite brasileira: tem a aprovação da maioria das pessoas com renda mensal acima de R$ 4.150 e formação universitária.
O desempenho da economia, os programas sociais de transferência de renda e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento garantem o prestígio do governo. Apenas 8% da população consideram o governo ruim ou péssimo. Não é falso afirmar que nunca antes a oposição esteve tão isolada da sociedade.
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