Os violentos protestos de grupos oposicionistas na Bolívia, com sabotagem das instalações de gás fornecido ao Brasil, fizeram o governo brasileiro cogitar antecipar o encontro entre os Presidente Lula e o boliviano Evo Morales, previsto para o fim deste mês, em Manaus. Mas, municiado por informações da Petrobras de que a empresa está preparada para minimizar os efeitos da redução do fornecimento de gás boliviano, Lula e assessores querem evitar que manifestações de preocupação por parte do governo brasileiro estimulem ações mais violentas dos grupos da oposição.
O encontro entre Lula e Morales, se confirmado, servirá para que o brasileiro reitere o apoio ao governo vizinho, como no recente referendo que confirmou o boliviano no cargo com quase dois terços dos votos. Mas serviria também para que Lula repetisse o que emissários seus vêm dizendo à equipe de Morales: a única solução para o impasse político do país é uma negociação com concessões reais, de lado a lado. Há enorme preocupação no governo brasileiro em não enfraquecer Morales, pois considera-se que os oposicionistas vêm tentando usar o Brasil como instrumento para pressionar o governo.
À noite, manifestando essa avaliação, o Itamaraty divulgou nota em que diz acompanhar "com grande preocupação a evolução dos acontecimentos na Bolívia" e lamentar "o recrudescimento da violência e dos atos de desacato às instituições e à ordem legal". Na nota, o governo brasileiro diz solidarizar-se "com o governo constitucional da Bolívia" e pede "que cessem imediatamente as ações dos grupos que lançam mão da violência e da intimidação".
Num recado para o governo Morales, a nota pede a "todos os atores políticos" no país "que exerçam comedimento, respeitem a institucionalidade democrática e retomem os canais do diálogo e da concertação, na busca de uma solução negociada e sustentável".
Ontem, no início da noite, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, conversou sobre a crise, por telefone, com o vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, pouco depois de receber, no Palácio do Planalto, para uma reunião de mais de uma hora, o ministro de Finanças boliviano, Luiz Alberto Arce, e o embaixador da Bolívia no Brasil, Márcio Dorfler. À saída, nenhuma dos dois quis comentar o que classificaram de um "assunto interno" da Bolívia. Após esses contatos, Marco Aurélio relatou as conversas ao presidente Lula, que estava em Manaus.
Chegou ao Itamaraty e ao Planalto a informação de que a Petrobras mantém dutos de reserva para reparos em território boliviano e vem aumentando a compressão do gás bombeado pelo gasoduto ao Brasil. A compressão garante um maior acúmulo do combustível nos dutos e permitiria à empresa manter, por pelo menos dois dias, o fornecimento normal de 30 milhões de metros cúbicos diários.
O governo Lula, ao mesmo tempo em que condena os manifestantes e a radicalização da oposição, tenta convencer Morales a fazer concessões - algo pouco usual na prática política local, que vê nisso sinal de fraqueza.
A crise compromete um dos mais importantes eventos empresariais da Bolívia, a Expocruz, feira de negócios da principal região exportadora - e reduto da oposição. O diretor-executivo da seção brasileira do Centro de Empresários da América Latina (Ceal), Alberto Pfeifer, que chegou ontem a Santa Cruz, relata que, apesar dos protestos, o clima na cidade é tranqüilo. "Os feridos são, na maioria, por causa de correrias ou coisa parecida. Há um esforço para evitar confrontos físicos", disse ele.
Embora não condenem os protestos, os empresários de Santa Cruz consideram "contraproducentes" as ameaças ao fornecimento de gás. Acreditam, porém, que, se a repressão continuar branda por parte do governo, as ações mais radicais tendem a acabar.
O encontro entre Lula e Morales, se confirmado, servirá para que o brasileiro reitere o apoio ao governo vizinho, como no recente referendo que confirmou o boliviano no cargo com quase dois terços dos votos. Mas serviria também para que Lula repetisse o que emissários seus vêm dizendo à equipe de Morales: a única solução para o impasse político do país é uma negociação com concessões reais, de lado a lado. Há enorme preocupação no governo brasileiro em não enfraquecer Morales, pois considera-se que os oposicionistas vêm tentando usar o Brasil como instrumento para pressionar o governo.
À noite, manifestando essa avaliação, o Itamaraty divulgou nota em que diz acompanhar "com grande preocupação a evolução dos acontecimentos na Bolívia" e lamentar "o recrudescimento da violência e dos atos de desacato às instituições e à ordem legal". Na nota, o governo brasileiro diz solidarizar-se "com o governo constitucional da Bolívia" e pede "que cessem imediatamente as ações dos grupos que lançam mão da violência e da intimidação".
Num recado para o governo Morales, a nota pede a "todos os atores políticos" no país "que exerçam comedimento, respeitem a institucionalidade democrática e retomem os canais do diálogo e da concertação, na busca de uma solução negociada e sustentável".
Ontem, no início da noite, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, conversou sobre a crise, por telefone, com o vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, pouco depois de receber, no Palácio do Planalto, para uma reunião de mais de uma hora, o ministro de Finanças boliviano, Luiz Alberto Arce, e o embaixador da Bolívia no Brasil, Márcio Dorfler. À saída, nenhuma dos dois quis comentar o que classificaram de um "assunto interno" da Bolívia. Após esses contatos, Marco Aurélio relatou as conversas ao presidente Lula, que estava em Manaus.
Chegou ao Itamaraty e ao Planalto a informação de que a Petrobras mantém dutos de reserva para reparos em território boliviano e vem aumentando a compressão do gás bombeado pelo gasoduto ao Brasil. A compressão garante um maior acúmulo do combustível nos dutos e permitiria à empresa manter, por pelo menos dois dias, o fornecimento normal de 30 milhões de metros cúbicos diários.
O governo Lula, ao mesmo tempo em que condena os manifestantes e a radicalização da oposição, tenta convencer Morales a fazer concessões - algo pouco usual na prática política local, que vê nisso sinal de fraqueza.
A crise compromete um dos mais importantes eventos empresariais da Bolívia, a Expocruz, feira de negócios da principal região exportadora - e reduto da oposição. O diretor-executivo da seção brasileira do Centro de Empresários da América Latina (Ceal), Alberto Pfeifer, que chegou ontem a Santa Cruz, relata que, apesar dos protestos, o clima na cidade é tranqüilo. "Os feridos são, na maioria, por causa de correrias ou coisa parecida. Há um esforço para evitar confrontos físicos", disse ele.
Embora não condenem os protestos, os empresários de Santa Cruz consideram "contraproducentes" as ameaças ao fornecimento de gás. Acreditam, porém, que, se a repressão continuar branda por parte do governo, as ações mais radicais tendem a acabar.
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