A indústria de construção acelerou vigorosamente o crescimento nos últimos meses e o ganho de ritmo já reflete positivamente nos dados de investimento, no emprego e no próprio desempenho da atividade industrial. A produção de insumos para o setor (que inclui os mais diversos segmentos, de cimento a vergalhões) avançou de uma expansão acumulada de 5,1% no ano passado para quase duas vezes mais: 9,9%, no primeiro semestre de 2008.
Segundo o coordenador de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales, o setor deu “uma arrancada” nos últimos meses. Somente em junho, houve aumento de 12,4% na produção ante igual mês do ano passado. A variação é quase o dobro do desempenho total da indústria, com crescimento de 6,6% no mês. André Macedo, economista da coordenação de indústria, destaca que o aquecimento do setor foi impulsionado pelo aumento da massa salarial e a ampliação dos prazos e das ofertas de financiamento imobiliário.
Macedo lembra que o crescimento da produção de insumos para construção tem efeitos importantes sobre vários segmentos investigados na pesquisa industrial, como metalurgia, outros produtos químicos, minerais não metálicos, borracha e plástico. Todas essas atividades estão registrando expansão expressiva nos últimos meses. A produção de minerais não metálicos (cujo maior peso é o cimento) aumentou 7,80% no primeiro semestre, enquanto a de borracha e plástico (fornecedora de tubos e canos) registrou alta de 8,95% e a de metalurgia básica (metais para construção) subiu 7,56%. A produção de outros produtos químicos (cujos itens voltados para construção são tintas e vernizes) registrou aumento de 5,36% no período.
Emprego
Os dados de emprego também refletem o vigor da construção. Segundo pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e da FGV Projetos, o nível de emprego no setor bateu mais um recorde e criou, somente no primeiro semestre de 2008, mais vagas formais do que em todo o ano de 2007.
O levantamento revela que, favorecido pelo aquecimento imobiliário e investimentos em obras de infra-estrutura, o setor contratou 229 mil trabalhadores com carteira assinada no país nos seis primeiros meses deste ano, com alta de 106% em relação ao número de vagas geradas em igual período de 2007, quando haviam sido criados 111,1 mil novos postos de trabalho.
Com os resultados do primeiro semestre, o estoque de trabalhadores da construção civil no país atingiu o patamar de 2,063 milhões, um aumento de 12,4% sobre o total de empregados do setor em dezembro de 2007. Além disso, o mês de junho bateu o recorde de vagas criadas em um único mês, com 43,7 mil novos postos, superando os 43,6 mil gerados em janeiro deste ano. O setor empregava, em junho deste ano, 1,57 milhão de pessoas nas áreas investigadas, ante 1,52 milhão em igual mês de 2007.
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