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sábado, 2 de agosto de 2008

PF investiga destino dos valores que Lair Ferst receberia

Após ser flagrado pela Polícia Federal em uma agência bancária
da Capital Gaúcha, na quarta-feira, lobista prestou depoimento
A Polícia Federal (PF) investiga o destino dos R$ 200 mil que o lobista Lair Ferst sacaria na quarta-feira em uma agência do banco HSBC, em Porto Alegre. Os federais não acreditam na versão de Lair de que os valores seriam usados para cobrir despesas pessoais.

Os federais investigam a hipótese de que o dinheiro serviria para financiamento de campanha eleitoral. Também há suspeita de lavagem de dinheiro, em razão do tipo de transação feita por Lair, com saque de alto valor na boca do caixa. A suspeita se baseia em informações recebidas pela força-tarefa da Operação Rodin sobre articulações que Lair seguiria fazendo a partir de contatos com o PSDB. O lobista, que integrava o diretório estadual do PSDB, foi suspenso pelo partido depois de ser preso pela Rodin, em novembro do ano passado, e pediu desfiliação na terça-feira. Um dia depois, a PF impediu, com base em uma ordem judicial de bloqueio, que ele sacasse a primeira de duas ordens de pagamento de R$ 100 mil cada. O empresário que fez a ordem de pagamento em nome do lobista mora em Curitiba.

— As relações que ele mantém indicam que segue participando de articulações políticas, o que nos leva a suspeitar de que o dinheiro seria usado em campanhas. Ele tem encontros constantes, especialmente, com pessoas do partido ao qual é ligado (PSDB). A política precisa desse tipo de figura, que articula e viabiliza a obtenção de recursos — afirmou um membro da força-tarefa.

Ao ser abordado pela PF, réu estava acompanhado de cunhado

A rotina de Lair, um dos 40 réus do processo da fraude milionária do Detran, vinha sendo monitorada pela força-tarefa da Rodin.

— Ele e seus familiares ostentam um padrão de vida incompatível com o de pessoas que tiveram todos os bens bloqueados. Queremos saber de onde vem o dinheiro para bancar tudo isso — explicou um policial federal que atua na investigação.

No momento em que tentava fazer a operação Lair estava acompanhado pelo cunhado Alfredo Pinto Telles, também réu no processo da Rodin. Telles foi apontado como um dos laranjas usados por Lair para manter suas empresas no esquema Detran.

Lobista deve entrar com recurso hoje

Lair, que deve entrar hoje com recurso contra a decisão judicial que bloqueou os R$ 200 mil, prestou esclarecimentos na quarta-feira à PF. Telles deve ser chamado para depor. A investigação é conduzida pelo delegado federal Gustavo Schneider, da PF de Santa Maria. Foi Schneider que comunicou o Ministério Público Federal (MPF) sobre a suspeita de que Lair receberia esse dinheiro por meio de ordem de pagamento, numa tentativa de burlar decisão de indisponibilidade de bens. O MPF pediu à Justiça extensão do bloqueio que havia em relação aos bens para os valores envolvidos na ordem de pagamento. Delegados foram na quarta-feira à agência do HSBC na qual Lair faria o saque, para comunicar o banco sobre o bloqueio.

Por meio da assessoria de imprensa, o HSBC informou que considera legal a operação bancária, "dentro das normas reguladas pelo Banco Central".

Contraponto

O que diz Zilá Breitenbach, presidente estadual do PSDB

Se Lair vinha mantendo contato político no PSDB, não tenho conhecimento. (Enviado por Marcos César do Jornal Zero Hora)

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