Parece brincadeira, mas era só o que faltava para tornar ainda mais exótica a política brasileira: Anselmo José dos Santos, o Cabo Anselmo, o ex-marinheiro que traiu a esquerda na época da ditadura militar, quer ser candidato à sucessão do Presidente Lula em 2010 com uma bandeira de extrema direita: "Salvei o Brasil do comunismo em 64 e quero salvá-lo de novo".
O slogan está sendo divulgado pelo delegado da Polícia Civil paulista Carlos Alberto Augusto, conhecido no período da repressão por Carteira Preta, policial que há 39 anos desempenha sozinho os papéis de protetor, guardião e porta-voz do Cabo Anselmo.
O lançamento da candidatura ocorre num momento em que o ministro da Justiça, Tarso Genro, pede o julgamento dos torturadores, e o Clube Militar, em represália, divulga hoje no Rio documento com a ficha de homens e mulheres que foram classificados como terroristas à época, entre eles o próprio Genro.
Traição mortal
Traidor que levou à morte dezenas de ex-companheiros das guerrilhas urbana e rural, Cabo Anselmo é um triste personagem que vaga clandestinamente pelo país há mais de 40 anos. No ato de traição mais marcante, entregou à morte seis ex-companheiros do grupo guerrilheiro Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), entre os quais, sua ex-mulher, a paraguaia Soledad Barret Viedma, grávida de cinco meses.
As execuções, ocorridas em janeiro de 1973, em Abreu e Lima, município da Região Metropolitana de Recife, ficaram conhecidas como o Massacre da Chácara São Bento e deram a Anselmo José dos Santos o apelido de Anjo da Morte.
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