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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Se fosse um ladrão de galinhas continuria preso ...

As 23:40 de quarta-feira o STF publicou em seu site notícia oficial de que o presidente do STF concedeu liberdade ao banqueiro Daniel Dantas.

O ministro Gilmar Mendes, decidiu de forma contrária ao parecer do Ministério Público Federal.

A soltura de Daniel Dantas, feita ao cair da madrugada, causa perplexidade e indignação no sentimento de justiça brasileiro.

Juristas podem se dar ao luxo de discutir se tecnicamente haveria uma brecha em defesa da soltura, mas para o cidadão comum o sentimento é de escárnio, de impunidade.

Por mais ilustre que seja um ministro do supremo, fica a perplexidade do porque em poucas horas de conhecimento superficial de um inquérito de 4 anos, ele, em decisão solitária, contraria a decisão de outro juiz federal, procuradores federais, que acompanharam o processo há anos, e tomaram uma decisão muito bem fundamentada após os 4 anos de investigação.

O que leva um ministro do Supremo ficar até quase meia-noite de plantão para liberar um preso por outro juiz federal em pleno exercício de suas funções?

O que leva a urgência em soltar pessoas antecipamente que cumpriam mandatos de prisão temporária por apenas 5 dias?

Por que não poderia esperar pelo menos até o dia seguinte, após uma noite de sono, encostar a cabeça no travesseiro e deixar a consciência matutar um pouco, e reavaliar o processo com a devida calma no dia seguinte?

Por que um pedido dos advogados de Daniel Dantas entra em primeiro lugar na fila do STF recebendo tratamento prioritário sobre toda a rotina de trabalho de um ministro do Supremo, em plena férias dos demais membros da Corte, o que deveria sobrecarregar o presidente da Corte?

Será que um ladrão de galinhas que esteja preso, consegue do STF um Habeas-Corpus destes?

Um dos fatores que levou ao pedido de prisão de Daniel Dantas foi justamente a tentativa de corromper delegados da Polícia Federal.

As acusações conta Dantas são:
- Gestão fraudulenta,
- Corrupção,
- Lavagem de dinheiro,
- Evasão de divisas,
- Formação de quadrilha,
- Suborno,
- Tráfico de influência.


Ao conceder a liberdade a Dantas, abre-se as portas do inferno para que ele continue assediando e/ou corrompendo impunemente agentes federais, testemunhas, juízes, procuradores, políticos, com suborno, tráfico de influência, corrupção, ou seja, tudo aquilo que a prisão dele tinha por objetivo evitar.

É por este estado de coisas, que no Brasil fica a impressão de que quem for roubar tem roubar muito, pois se roubar pouco, fica preso, como os ladrões de galinhas.

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