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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Só para lembrar a imprensa


Marcos Coimbra, do instituto Vox Populi, diz não se surpreender com o fato de os brasileiros esperarem inflação maior -e Lula continuar com o índice de aprovação, de 58%, inalterado. Com base em pesquisas qualitativas, ele diz que "a inflação atual está longe de virar um problema de opinião pública" pois "para quem viveu hiperinflação de 20% ao mês, o atual reajuste de preços não assusta".

De volta ao passado

Relembrando o ano de 2000

MÉDIA DE 203,04%

Tarifas chegam a subir mais que o dobro da inflação

As tarifas públicas subiram em média 203,04% durante os dois mandatos do governo Fernando Henrique Cardoso. Esses reajustes equivalem a mais do que o dobro da inflação acumulada no período de 1995 a 2002. O cálculo foi feito pelo Banco Central e inclui os reajustes ocorridos até o mês de outubro último. Nos últimos oito anos, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou alta de 90,78%. Os maiores aumentos foram observados no caso da telefonia fixa e do gás de cozinha. Os reajustes desses produtos ficaram em 509,70% e 452,37%, respectivamente, nos últimos oito anos.

As passagens de ônibus subiram 203,12%, e as taxas de água e esgoto foram reajustadas em 169,21%. Segundo o BC, os elevados reajustes se explicam pelas privatizações e pela alta do dólar a partir de 1999, quando o câmbio deixou de ser controlado pelo governo e passou a flutuar livremente. ‘‘Um fator relevante é o processo de realinhamento de tarifas e eliminação de subsídios cruzados nos setores que sofreram privatização’’, diz o estudo do BC. Ou seja, as privatizações transferiram para o setor privado a definição dos preços de serviços públicos.

Além disso, a política adotada pelo governo FHC -e redução da influência do Estado na economia- levou ao fim dos subsídios às concessionárias de serviços públicos. Com isso, as tarifas subiram mais do que a inflação. Já o impacto do dólar sobre as tarifas é sentido de duas maneiras diferentes. De acordo com Paulo Freitas, consultor do Departamento de Estudos e Pesquisas do BC, a variação cambial tem efeito direto sobre o preço da gasolina e as tarifas de energia elétrica. No caso da energia, existe a influência da eletricidade produzida pela usina de Itaipu.

Cotada em dólar, a produção de Itaipu afeta as tarifas de quase todas as geradoras de energia. Os preços dos combustíveis, por sua vez, são afetados pela alta do dólar e pelo preço internacional do petróleo. (Agência Estado)

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