O sócio fundador do banco Opportunity, Daniel Dantas, é acusado pela Polícia Federal de ter contratado um coronel do Exército israelense para espionar juízes federais da primeira instância de São Paulo. Um dos alvos seria o juiz Fausto Martin De Sanctis, o mesmo que decretou por duas vezes a prisão do banqueiro e teve as decisões derrubada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
O juiz foi alertado pelos policiais que preparavam a Operação Satiagraha. O advogado Nélio Machado, que defende o banqueiro, negou a iniciativa e disse que a acusação é fruto da cabeça dos desafetos de Dantas. O que sustenta a suspeita dos delegados federais é uma conversa telefônica entre um funcionário do Grupo Opportunity e a diretora jurídica do grupo, Danielle Silbergleid Ninnio. O diálogo ocorreu em 25 de maio, às 10h59, um mês depois de Dantas tomar conhecimento de que a PF preparava uma operação.
Outra prova usada pela PF é um e-mail em que duas funcionárias do Opportunity, no Rio, trocaram no dia 6 de junho sobre uma reunião com Shemeh. A contratação do coronel faria parte do esforço do banqueiro e dos outros supostos integrantes da quadrilha de tentar neutralizar o procedimento sigiloso que apurava as atividades do Banco Opportunity. Segundo o delegado Protógenes Queiroz, que comanda a Operação Satiagraha, o grupo teria usado advogados com "estreita amizade com magistrados federais para angariar informações privilegiadas". Por causa do "insucesso dessa articulação", a PF passou a suspeitar que o banqueiro tenha procurado Shemeh para executar a tarefa de descobrir o que havia contra ele na Justiça Federal.
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