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sábado, 12 de julho de 2008

Opportunity e Banco Araucária: tudo em família

O banco Araucária pertencia, até 1995, a Paulo Konder Bornhausen (irmão do ex-senador Jorge Bornhausen). Depois passou "formalmente" à família Dalcanale.

Ivete Terezinha Dalcanale Bornhausen, casada com Paulo Konder Bornhausen, era irmã e tia dos "controladores" formais do Araucária.

Foi liquidado em 2001, e em 2003 os ex-dirigentes e ex-sócios do banco Araucária foram denunciados à Justiça Federal em Curitiba (PR) por operações de lavagem de dinheiro entre 1994 a 2000.

O banco Araucária operou contas ilegais de brasileiros no exterior em conjunto com o banco Opportunity, de Daniel Dantas.

Gravações telefônicas realizadas na mesa de câmbio do Araucária em Curitiba, obtidas legalmente por ordem judicial, mostram que o Araucária intermediou investimentos de paranaenses nas contas de Anexo IV, proibidas para brasileiros, e operadas pelo Opportunity no exterior.

No dia 5 de fevereiro de 2002, um cidadão paranaense, Jayme Guelmann, entrou em contato com o presidente formal do Araucária, Alberto Dalcanale Neto, para saber há quantas anda o seu depósito no banco Opportunity.

Posteriormente, Dalcanale entrou em contato com um ex-funcionário do Araucária, Othoniel Reinhardt, para saber onde se encontravam os documentos da conta de Jayme no Opportunity.

Em posse das informações, Dalcanale passa para outro funcionário, de nome Júlio, a tarefa de verificar junto ao Opportunity o saldo da conta de Jayme.

Em outro diálogo, Jayme entra em contato com Júlio e tenta obter informações.

Jayme: "Júlio, bom dia, aqui quem fala é o dr. Jayme Guelmann. Eu sempre que precisava de uma informação sobre o depósito no Opportunity eu falava com o Reinhardt e a moça me falou que ele não trabalha mais aí, né?

Júlio: "no Opportunity? Não estou entendendo";

Jayme: "o Araucária representava o fundo Opportunity aqui";

Júlio: "Opportunity ou Fator?";

Jayme: "não sei se mudou de nome, antes era um fundo que existia nas Bahamas que investia em ações brasileiras. Eram investimentos em ações brasileiras mas eram via exterior. Na realidade, o fundo é brasileiro mas ele tem fundos no exterior que investem aqui";

Júlio: "e o senhor tem cotas nesse fundo lá fora?";

Jayme: "isso. Feito através do Araucária, isso há muitos anos".

Este diálogo comprovou que o banco Araucária não só lavava dinheiro e enviava dinheiro para exterior, mas que também era uma espécie de sucursal do banco Opportunity no Paraná para cometer outro ato ilícito, ou seja, enviar dinheiro ilegal para o exterior e investir em fundos proibidos para brasileiros, as chamadas Anexo IV.

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