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domingo, 27 de julho de 2008

Não há lugar em cima do muro para quem quer derrubar muros - parte 1

No Brasil de hoje, é altamente patriótico ser parcial. É condição necessária para defender uma maior justiça social e uma nação com alta qualidade de vida civilizada.

Na época da ditadura, toda a imprensa alternativa era parcial, porque precisava fazer o contraponto.

Na atual ditadura midiática demo-tucana, é natural que a blogosfera também seja parcial para fazer o contraponto.

Ser parcial não é ser acrítico, nem engolir sapos governamentais.
É ser exigente e cuidadoso com críticas plantadas.
É higienizar o viés golpista da notícias.
É priorizar as informações que o PIC/PIG esconde.

Ser "imparcial" seria tratar igualmente desiguais, e isso não é fazer justiça. É ser submisso à pauta conservadora e entreguista do PIC/PIG e à lei do mais forte.

Existem 3 poderes institucionais fortes no Brasil, implantado com a Constituição de 88:

- O Legislativo, com poderes de julgar e destituir um presidente eleito, sem referendo popular. Esse poder continua conservador e com forte componente de vaso comunicante do setor público com o privado.

- O Judiciário, que é excludente. Funciona para dar à elite todos os direitos (legítimos e forjados) e presunção de inocência, e quanto ao povão a dura-lex: fica com todos os DEVERES e a presunção de culpa.

- O executivo federal, representado pelo governo Lula, o único poder progressista.

Além dos poderes institucionais, existem ainda, outros poderes de fato, que são:

- o poder econômico, que amealhou tesouros consideráveis nos 500 anos pregressos, capaz de corromper e com forte poder lobista.

- o oligopólio da imprensa, cujo pensamento conservador detém quase que o monopólio. Este poder já não é capaz de eleger presidentes, mas ainda elege maioria nos legislativos, e nos poderes municipais e estaduais.

- o poder militar, único em condições de fazer golpes de Estado pela força, quando não há resistência popular. Hoje, majoritariamente, mantém-se distante da política e honra os deveres constituicionais. Hoje é um poder de fato neutro politicamente, pois, institucionalmente não apóia cores partidárias. Assim não é uma base de sustentação política de ninguém como é as FFAA na Venezuela para Chavez, nem de oposição como foram os golpistas da Venezuela no passado.

Como se vê o governo Lula só tem apoio progressista popular, que lhe elegeu para comandar o executivo Federal. Isso é apenas 1 poder progressista contra 4 outros poderes conservadores, e 1 neutro.

Ainda é um governo cercado de poderes conservadores por todos os lados, que funciona como muro de contenção à conquistas sociais mais rápidas.

O governo Lula abriu grandes portas e fendas nestes muros conservadores, para a inclusão social daqueles que sempre estiveram do lado de fora.

São portas e fendas abertas com muita luta e pressão, mas pacificamente, pela via política, consolidadas na aceitação social, pactuadas para não haver retrocessos.

Há setores sectários de esquerda que só vê o restante do muro que continua de pé, desdenhando das fendas e portas abertas, e não enxergando oportunidade em alargá-las, para a inclusão social de mais gente.

Prefere subir no muro para fazer discursos contra a insuficiência destas fendas e portas, em vez de pegar na marreta para ajudar a derrubar o que resta destes muros demo-tucanos.

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